11 dezembro, 2009

Pensamentos curtos...


Vontade de um abraço (Mudanças...)

Estranho ver como as coisas mudaram e mudarão sem eu estar por perto para acompanhar. Sinto-me feliz em saber das novidades, e de que o tempo passa não apenas para mim na Suíça. Mesmo sabendo que as coisas serão bem parecidas num contexto geral, tenho ciência de que as coisas mudaram muito, para com algumas pessoas. O mundo não parou porque vim para a Europa, muito pelo contrário, são novidades atrás de novidades. Coisas que talvez ocorreriam com a minha presença aí, já que não interfiro diretamente nas vidas dos meus amigos, e da minha família também. É legal ter tal sentimento, embora às vezes me corroa por dentro com vontade de cobrar, parabenizar, abraçar e até simplesmente ouvir algumas vozes que no momento me parecem extremamente doces, como o canto dos pássaros que ouvia quando criança. Ao ligar pra dar os parabéns para duas amigas minhas, e ouvir suas vozes mesmo que tenha sido por poucos minutos ou até mesmo segundos, pareciam acordar o meu lado emocional. Parecia ter sido acalentado sem alguma explicação racional e lógica para o meu ceticismo. É até bom descobrir que tenho um coração...Mas já dizia Fagner: “Dividido entre a esperança e a razão”. Vontade de ganhar um abraço verdadeiro... Voilà...


Meio bossa nova e rock'n roll.


Umas estranhas sensações tomaram conta de mim por esses dias. Sinto-me envelhecido, entorpecido e admirado. Como diria Cazuza estou meio bossa nova e roac’n roll. Vejo como se o tempo passasse e eu não o acompanha-se. Sinto me triste, muito triste, mas não deixo transparecer. Pela primeira vez senti saudades do Brasil de verdade. Não planejo mais nada. Apenas deixo as coisas acontecerem. Descobri um novo “Eu” dentro de mim. Um “Eu” mais emocional, o qual admira as folhas amarelas que caem no outono, como se estivesse dopado. Minha mente apesar disso está longe. Admiro com o par de olhos negros que tenho, mas não estou ali, mesmo estando. Perco meu tempo pensando bobagem, querendo corrigir a mim mesmo, corrigir o meu passado, que infelizmente não pode mais mudar. Estou de lua, mesmo sabendo que tenho o dom de controlar o meu humor. Vejo que então sou tão ser humano quanto todo mundo. Vejo que sou falho (muito falho). Sorrio secamente, o que estraga meu principal cartão de visitas. Choro por dentro. Queria quebrar a rotina. De alguma forma estou feliz com isso. Eu não sou diferente. Mas também não sou igual. Percebo que a vida é apenas uma piada. Não sei se rio ou se choro pela graça, ou pela falta dela. De alguma forma penso que, quando e se eu voltar, tudo será uma versão de outra coisa, que achava conhecer... Igual e diferente. Talvez já nem me importe mais com isso. “What am I, Darling?”...é nesse trecho de uma música de Damien Rice que me perco. Descubro então que eu sou um louco, ou seria normal neste mundo virado de cabeça pra baixo? No meio de tantas descobertas descubro que posso enganar a todos, mas não a mim mesmo, o que me deixa um tanto irritado. Queria controlar a quantidade de dopamina no meu cérebro e quando tivesse escrevendo loucuras como esta, injetaria doses cavalares em meu corpo, sendo assim pararia de fazer o que mais amo e odeio ao mesmo tempo: pensar. Observo numa frase que gosto muito, uma verdade bem cruel: “A ignorância é uma benção!”. É me descobrindo, que me perco mais. Ao tentar desatar os nós da minha cabeça, enrolo me cada vez mais. Sou louco?! Talvez. Falo só em silêncio, construo diálogos, que na verdade são monólogos da minha pessoa com ela mesma. Divirto-me e me canso com tanta tolice. Não estou no meu mundo embora curta muito o novo. Não sou mais o mesmo. Ainda bem!

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Revivendo o passado


Sentia-me meio pra baixo aquele dia. Despreocupado, imensamente ansioso, uma mistura de triste e feliz. De alguma forma sentia me pensativo ao extremo. Passavam filmes e músicas na minha cabeça antes de dormir. Ainda conseguia dormir. A ansiedade pegava a todos lá em casa. Mesmo assim, eu e Ecila ainda conseguíamos dormir. Meu pai me paparicava e ao mesmo tempo me botava uma pressão ímpar sobre as coisas que ainda me restavam fazer antes de viajar. Minha mãe não conseguia raciocinar direito, adiava os problemas e já não dormia mais. Minha irmã ainda conseguia dormir, mas de alguma forma ela havia mudado da água para o vinho com a minha pessoa. Abraçava-me, o que pode parecer tão simples, porém vindo de Ecila é surpreendente. Naquele dia pela primeira vez conversamos racionalmente falando. Bons papos metafísicos, falávamos de religião, e vi que pensávamos parecido quanto a este assunto. Buscava explicá-la coisas que eram muito obscuras para ela. Ela até pediu pra dançar com ela enquanto meus pais bebiam em uma festa de São João que fui forçado a ir como amigo da vez, e recusei o convite para a dança como uma espécie de vingança, pelas outras vezes que havia a tirado para dançar. Meu pai me “babava” de uma forma que dava até nos nervos. Eu o entendia, mas já estava agoniado com o tratamento. Os fogos que soltavam, tinham luzes e sons maravilhosos, mas que pra mim naquele momento não passavam de irritantes. Fiquei tocando violão e animando a festa mesmo não estando tão animado.. fazia por que aquilo me evadia. Voltamos juntos para casa num dia “feliz”. Faltavam 5 dias para minha viagem.

21 agosto, 2009

Dois ponto zero

Vinte anos de existência para o mundo que já existiria sem mim. E sinto me como se já tivesse vivido tudo, mesmo sem ter vivido praticamente nada ou nada. Sinto-me entorpecido com tudo que a vida me deu e com tudo que consegui de alguma forma por lutar, por méritos ou por pura sorte. Carece de definição. Adoro esta frase que vi no orkut de algumas amigas minhas e sei que para mim hoje ela representa muito. Não me sinto triste, mas não necessariamente muito feliz. Foi meu primeiro aniversário longe dos meus pais, da minha irmã e porque não citar, dos meus queridos amigos. Talvez seja um pouco penoso este afastamento, mas será extremamente necessário para o meu futuro profissional e pessoal. Minha forma cética de racionalizar as coisas ficou mais desenvolvida, mas nem por isso tornei me menos humano. Apenas enxergo com outros olhos o mundo em que vivemos. Minha estadia em terras hélvéticas ainda mostra meu lado sentimental. Todos os dias até o presente momento penso em algo que está a milhares de kilometros do outro lado do oceano. Meus pensamentos de voltar, confundem-se com a vontade de evoluir como profissional e como pessoa. De forma alguma estou menosprezando minha cultura e meus valores adquiridos no Brasil, pois acreditem que um brasileiro só é patriota quando saí do Brasil. Aqui procuro sorrisos de um povo frio e seco. Nós brasileiros (e somos muitos, pelo menos onde me encontro), e latinos porque não, que animamos a linda Genebra. Também busco entender como pessoas que ganham 12000 francos suíços por mês (em torno de 20.000 reais), se suícidam e são completamente infelizes. Encontro a resposta neles mesmos, que têm carros, casas nos alpes, mansões... Eles não tem com quem compartilhar todos estes imóveis e nem mesmo o dom de trazer a felicidade para eles. Se isolam. Encontrando tal resposta encontro um grande pedaço (que ainda não é todo) de um significado de uma única palavra: Amizade. E hoje de manhã simplesmente ao ler belas palavras de felicitações e sentimentos “saudosistas” de algumas pessoas fiquei feliz, e lembrei que amigos, mesmo que não possamos vê-los ou tocá-los, estarão sempre lá desejando o melhor pra você. Agradeço a todos que lembraram, aos que me fizeram chorar com belas palavras, aos que ligaram, aos que apenas disseram parabéns. Obrigado.

17 agosto, 2009

Auschwitz...


Oswieçim, que é Auschwitz em Polonês, é o nome da Cidade onde estão localizados os campos de concentração (que infelizmente não são campos de concentração e sim de extermínio). Chegamos ao museu. Você não paga nada para entrar. Ao ler as placas na entrada explicando o que era Auschwitz, SS e os “habitantes” do local, você já começa a ficar chocado. Entramos no museu (que é o próprio campo de concentração). Seu humor já modifica naturalmente o que é perceptível nas fotos que tirei lá. Cada atrocidade comentada nas placas explicativas em cada local. Você imagina o sofrimento das pessoas. Logo na entrada se via uma casa onde a SS instalava um palco com atrações músicais para reunir os judeus e ficar mais fácil a contagem. Eram selecionados ali apenas os homens mais fortes que represntavam apenas 20% dos judeus para o trabalho forçado. O que restava do montante seguia direto para o banho de desinfectação (cãmara de gás) onde tinham seus pertences recolhidos, e suas cabeças raspadas. Entravam na câmara de gás (a qual eu tive “coragem” e entrei) morriam ali sem poder nada fazer. Após mortos tinham anéis e dentes de ouro arrancados e isso virava tesouro para o FDP do terceiro Reich. Dentro da mesma câmara seguiam para uma sala onde os corpos eram cremados. Tudo com a mais perfeita organização e naturalidade o que me deixou ainda mais chocados. Depois de cremados o pó dos corpos assim como alguns ossos que ainda sobravam (pois o processo tinha que ser rápido, pois chegava com uma rapidez inacreditável outra leva de judeus para serem exterminados) eram levados para cemitérios fantasmas em cidades próximas na Polônia. Tudo isso me já havia me chocado. Depois que saímos da câmara de gás o silêncio que já reinava se fazia absoluto. Achamos que nossa visita havia encerrado quando nos deparamos com outras salas (antigos dormitórios) estavam abertos. Cada prédio deste, tinha um tema como exilados de cada país, guerra na Polônia, condições de vida dos judeus, histórias dos judeus, torturas, provas do extermínio entre outras. Tudo com fotos e detalhado. Tudo explicado por escrito em inglês e polônes e hebraíco. O que mais me chocou além da camara de gás foram as salas da prova do extermínio, da tortura e da guerra na Polônia. Na primeira supracitada, havia fotos, fichas, malas, roupas, sapatos, panelas, óculos e outros bens dos judeus. Isso por si só já choca, quem dirá na última sala deste prédio onde simplesmente encontrei parte do cabelo que foi raspado da galera. Um misto de horror com náuseas me expulsou daquela sala. Na sala da tortura tinha fotos e quadros detalhando a vida dos que lá aguardavam pela execução, que tinha fotos de pessoas desnutridas por fome, relatos de humilhação (como transar com vacas, serem banhados de água gelada e saírem durante o rigoroso inverno, exposição dos corpos de pessoas que tentavam fugir entre tantas) e do trabalho forçado que eles faziam. E mais uma vez isso não é o que mais choca. Tem fotos das atrocidades cometidas por médicos nazistas como por exemplo trocar os olhos de pessoas, trocar o cérebro, e até ossos que não matavam as pessoas mas as deixavam aleijadas para toda a vida(ou o resto de vida que ainda os pertencia). E na parte do museu que relatava a guerra na Polônia mostra os massacres contra o povo que nada tinha haver com a germanização imposta por Hitler e eram exterminados com fuzilamento, mortes por fome e doenças. Nesta sala tinha ainda frases ditas pelo grande FDP dizendo que o alemão que tivesse pena (fosse simplesmente humano) seria condenado a ser tratado como um polônes. No corredor de saída vi os uniformes dos “condenados” a morte pendirados por linhas e por estruturas de ferro dentro do próprio uniforme o que aparentava que eles estivessem marchando para a morte. E o pior é que em todos as salas e em todos os prédios tem fotos de todos os condenados a morte pelo fürher. Saí já chocado do museu Auschwitz. Entrei no carro e vimos pessoas se informando sobre Birkenau. Birkenau é um segundo campo de concentração afastado da cidade 4 kms. Ele é infinitamente maior e infinamente pior do que Auschwitz. As pessoas após descerem do trêm já eram selecionadas e levadas para o banho da morte. As condições de vida ainda eram piores pois ao invés de prédios as pessoas viviam em cabanas de madeira alojadas em pequenos armários de tijolos com 1 metro de altura, 1,8 m de comprimento e 2 de largura. Um espaço que considero mínimo para uma pessoa era utilizado para no mínimo 4 pessoas e que eu apenas entrei mas não consegui resisti ao forte odor que tinha no local. Além do odor as condições de higiene eram mínimas ou não existiam. Os banheiros eram pequenos buracos alojados no cimento onde milhares de pessoas utilizavam. Os armários onde as pessoas dormiam eram de palha, onde a ploriferação de ratos e baratas era absurda. Tirei algumas fotos e sai rapidamente do local sem não antes pensar nos judeus que ali viveram, sofreram e morreram.


Penso agora quanto vale uma vida humana, e se somos realmente humanos. Penso que nunca mais serei o mesmo após ver do que o homem é capaz, e me pergunto onde vamos parar. Reflitamos!


Gilberto Junior

13 agosto, 2009

Dia dos pais! (Uma carta pra ele!)


Olá pai. Talvez esta seja a primeira vez (não sei se única ou última) que vou passar o dia dos pais longe do senhor, como me sinto por isso? Diria mal pois gostaria mais do que nunca te dar um abraço de dia dos pais. Talvez só percebamos a falta dos nossos entes querido quando estes estão longes e impossibilitados de vermos. Como começar um texto para um pai que diria ser o melhor pai do mundo. Talvez o senhor nem saiba mas tenho uma admiração pelo senhor que não tenho nem por mim, nem por mainha (que o senhor incoscientemente diz que gosto mais dela) e nem por Pinha. Pra mim o senhor é mais que um exemplo de vida. Gostaria de agradecer imensamente pelo carinho (mesmo que um pouco frio de ambas as partes), da educação, da instrução, da ajuda financeira (diria que foi mais do que uma ajuda e sim um esforço que possibilitou que eu esteja estudando na Europa agora) e por tudo que o senhor me ensinou e me orgulhou de ser. Mesmo que tenhamos diferenças gritantes que quebrem a perfeição que nunca existiu (a perfeição não existe nós que a criamos). Por exemplo o fato do senhor ser rubronegro (rindo a toa pois o Sportiminho tá na lanterna!) e eu ser alvirrubro (acredite que isso não é culpa de Flávio e que este último não soltará gracinhas quando eu voltar pois ele vai ouvir umas coisinhas de minha parte ou eu não me chamo Gilberto Junior.) , o fato de eu não ser seu advogado dos sonhos e ser apenas mais um professor de línguas, o fato de um dirigir perfeitamente e o outro ser apenas um simples condutor ou até o fato de eu falar línguas estrangeiras e tocar violão que é uma coisa que eu sei que o senhor se orgulha mesmo que um pouco mais de mim por isso. Diferenças simplesmente existem, mas não alteram o fato de você ser meu ídolo maior. O senhor não sabe o quão grande você é pra mim e para as pessoas que o rodeam. De Baía Formosa para o mundo. Saiba que mesmo com o pouco contato diário ou semanal visto que quase não nos viamos na semana, são os que me fazem mais falta até agora. Saiba que seu simples professor aqui em Genebra se orgulha muito e a cada dia mais do pai que tem. Saiba que te amo, não pela obrigação de um filho amar um pai e sim por ter motivos para tal. Amo-te não esquece disso. E lembre se o meu maior orgulho é carregar seu nome comigo acrescido de um Junior (sem acento). Beijos Painho e te amo.

Amo, gosto ou simplesmente suporto!



Desde que recebi a notícia de que iria pra Suíça nunca acreditei que iria. Tolice profunda ou era apenas uma forma tola de adiar o meu sofrimento por me afastar temporariamente ou até permanentemente de pessoas que amo, gosto ou até suporto. Engraçado que hoje faltam 8 dias apenas para a data de meu embarque. E eu que era a favor do pensamento de que as pessoas deviam saber que eu ia viajar, e não fingirem que tudo estava normal e depois simplesmente aceitar a minha partida, agi desta forma. A ficha as vezes caia. Mas na maioria dos dias mesmo este assunto sendo abordado com uma freqüência digna de uma notícia bombástica do plantão da globo, eu agia como se esta data nunca fosse chegar. Agia diferente do meu pensamento. Quando fazia alguma coisa que me lembrava diretamente a viagem,(como por exemplo, tirar o passaporte ou comprar as passagens) batia uma espécie de tristeza, de um saudosismo antecipado que me deixava em profunda depressão. E esses dias foram passando. As férias talvez me ajudaram um pouco ,do ponto de vista do afastamento diário que tinha com as pessoas da minha faculdade. Mas de alguma forma, ainda penso que se estivesse em aulas, poderia ter vivido mais com essas pessoas maravilhosas. Alguns pensariam que é melhor assim, pelo fato de sofrer menos, mas eu penso que cada hora vivida próxima das pessoas que eu amo, gosto e suporto, são válidas, independente da separação, que nos deixará triste por um único momento. De alguma forma o tempo encolheu bruscamente e hoje vejo tento e com este afastamento consigo enxergar pontos positivos nesta viagem que outrora não via. Vejo meus pais já ansiosos cada um a sua maneira. Minha mãe fala na viagem a toda hora e já está preocupada, não consegue dormir bem e pensa no fator se eu não voltar. Meu pai, ri da minha mãe dizendo que ela vai morrer de saudades e que vai chorar todos os dias, tentando de alguma forma desviar a falta que farei pra ele. De alguma forma eu sei que ele quem mais sentirá falta de mim aqui em casa. Não por sermos muito unidos, mas pelo simples fato de que ele apenas disfarça a frieza de um grande coração que ele tem. Minha irmã, que diz me odiar e que diz ter colocado chiclete na cruz por me ter como irmão, já chora se toco no assunto viagem, me consola e me faz carinho ou simplesmente retribui quando antes dava patadas. Até a gata já percebeu. Negona me aproveita mais e me pede carinho ultimamente (a mesma nunca pede carinho a não ser quando quer comida). Já eu apenas espero a viagem me corroendo por dentro e normal por fora, afinal não se pode reclamar do sonho que tenho desde pequeno de ir a Suiça, e nem ficar mal demais pelo pesadelo de afastar-me destas pessoas que AMO, GOSTO OU SIMPLESMENTE SUPORTO!

20 junho, 2009

Crônica do Fontes

São exatamente 6:49 da manhã do dia 19/05/09. Eu não entendo o por que ou até mesmo se há uma explicação racional para eu estar acordado e digitando estas palavras. Talvez não haja motivos ou razões para tal fato apenas há emoção. Acordei a princípio com frio e mesmo com os dois lençóis não consegui pegar o embalo de um sono novamente. Talvez por que ontem meu emocional tenha sido abalado novamente. Talvez por que hoje eu compre ou agende a data do meu embarque para Genebra. Ou simplesmente por perder o sono e ir ver como é a vida de quem acorda as 5:00. Estranho primeiramente o silêncio às vezes quebrado por galos cantando, junto a pássaros e as vezes som de pombos voando pra se proteger da chuva. Não precisei nem olhar a janela pra perceber o quanto de vida já há as 5 horas da matina. Tomei coragem e levantei com os olhos mais uma vez cheios de lágrimas ao acordar. Acho feio chorar na frente dos outros por que pra mim é um sinal de fraqueza. Choro só. Fui ao banheiro olhei meu rosto inchado e com os olhos vermelhos característicos de quem acabara de chorar. Lavei meu rosto e fui deitar no sofá. Estranho que minha gata também estranhando o fato de me ver de pé aquela hora da manhã foi ao meu encontro, deitou ao meu lado a princípio sem interesse de chupar o dedo (Mania que ela tem, pois ela foi tirada do peito). Fiz carinho enquanto ela me olhava e depois ela virou de costas e ainda fazendo carinho percebi que ela “ronronava”. Dei um leve sorriso. Voltei ao quarto para pegar um lençol e me cobrir. Não estou acostumado com a temperatura desta hora da manhã. Cobri-me e tentei cochilar, mas uma espécie de saudade futura começou a me assolar. Lembrei de algumas pessoas que estão diariamente ao meu redor. De como essas pessoas talvez nem saibam o quão importante elas são. Pensei desde a primeira pessoa do ônibus que me leva a Nazaré até ao meu “irmão” que também vai neste busão. Pensava “nela” também. Lágrimas voltaram a rolar sobre o meu rosto. Pensando que por um mês terei que curtir essas pessoas intensamente. Que quero ter lembranças mais que eternas delas. Por exemplo, as lembranças das tagarelices legais, de Clarissa que chamava de animadora da parada, mas que dormia logo que sentava no busão, de Sérgio o presidente da oposição que aprendi a respeitar com o tempo. O quase sério e as vezes confuso e sempre apaixonado Josemir. Como os sorrisos de Flávia e Suzaninha que mal falo no busão, mas que ganhava ao embarcar no coletivo. Como a cara de poucos amigos de Ben Hur que deve ser legal, mas nunca trocamos uma idéia. A cara fechada de Késia que sempre esconde o belo sorriso que ela tem. O primeiro aperto de mão que ofereço ao entrar no busão ao meu amigo Osvaldo, vulgo Timbalada. Lembro também de acenar de leve a com a mão para Érika e Leonaria. Está última pegava o busão na mesma parada que eu, mas mudou-se neste meu último mês.Tinha Lane sempre nos cobrando independente do dia. Do primeiro sorriso de morder as orelhas, que era retribuído igualmente por Lívia e Mirelle. Do “gato selvagem” de Pri a me ver com ansiedade para ver Clarissa também. Do belo sorriso recebido em troca do carinho na cabeça que dava em Marcinha. Do sorriso amarelo e engraçado de Marcella acompanhado de uma pergunta de como estava geralmente. Do véi de Aline que sentava ao lado de Malu que era uma pessoa que de alguma forma marcou e espero que marque ainda mais a minha vida. De Luiz a quem chamava de Bahuan, sempre estudando fichas independentemente do dia ou se era semana de prova e que sentava ao lado de Magaiver que sempre dormia de boca aberta quando não estava estudando também. De Salomão sempre me chamando carinhosamente de Douguinho. Lembrança de Ednardo com suas dancinhas e suas palhaçadas de sempre, e falando em dancinhas também lembrarei das coreografias de pagode de Bruno Oião!. Lembro de Ivan ajeitando o cabelo e a barba com aquela modéstia de Ivan. Na sequência vinha Tati que sempre me dava um belo sorriso e que tinha uma característica marcante que era o perfume e Eugênio que era temido por muita gente em Nazaré inclusive por mim, mas que era uma pessoa maravilhosa comigo e que mudou o medo por respeito. Vinham nas cadeiras de trás Alemão que me lembrarei pela paixão pelo Glorioso Clube Náutico Capibaribe e Eliza a qual estudei na 7ª série mas só vim a ter conversas de cunho interessante ao entrar na faculdade. Mais atrás cumprimentava com um beijo nas mãos, a bela e por que não adormecida Suzanny. Mais atrás tinha Lorena que chamava de doideira e que dava apenas um boa noite, pois ela era muito mas muito fechada. Vinha Charliton depois, que só por ter um nome desses já deveria ser exclusivo. Coronel, sempre falando geralmente com Eduardo e Bené os quais interrompia pra apertar a mão. Eduardo se caracterizava pela inteligência política e pela cara de safado que fazia ao apertar minha bunda rindo, e Bené chamava a atenção por ser um tipo diferente, mas sem chegar a ser estranho (Talvez sua particularidade fosse a meinha azul de estrelinha que guardava seu celular). Ainda tinha Sanderson que apertava minha mão bem forte e que gostava muito, Julio que conhecia mais das loucuras de congressos, e Renata uma ruiva de belos olhos claros que sempre sorria pra mim e me dava boa noite. Depois já sentado no meu lugar ao lado de Marcella, subiam Talles o que me dava vontade de rir só em olhar pra ele. Seu Lula, que sempre apertava minha mão e era o cara mais invocado de Naza, Anatália que sempre me dava um pequeno sorriso acompanhado de um aceno. Subia logo após eles Daisy minha companheira de sala no ônibus sempre me dando um “boa noite” com atenção especial. Tinha ainda uns feras estranhos, Iraquitan que era super simpático comigo, mas era um tanto louco, tinha Elcimar o Bozo, que sempre apertava minha mão e eu sempre mandava junto com os caras ele abraçar o pai, tinha Dalton que sempre vestia preto e fumava muito, uma fera de Biologia que nem sei o nome, tinha uma bela loira que sempre me sorria com uma simpatia impar para ilustres desconhecidos. Enfim, sentirei saudades da vossa Cia diária. Abraço a galera do Fontes!

22 março, 2009

Carnaval...(atrasado)


Oh quanto riso, Oh quanta alegria, mais de mil palhaços no salão... Na verdade bem mais que mil palhaços. Acho que esta letra define bem o que é o carnaval(ou pelo menos parte dele). Pessoas se livrando dos problemas e vivendo loucamente esta festa mesmo que sejam por alguns dias. Músicas velhas e saudosistas (e novas também), mas que parecem verdadeiros sucessos de um ano inteiro, pois mesmo (principalmente) com as drogas (Lícitas e ilícitas) são cantadas com um fervor admirável. Brincam todos, do rico ao pobre, das crianças aos velhos, do feio ao belo... Ah o Carnaval, de bocas que se procuram insaciavelmente sem muito lero-lero, apenas por que convém a esta época do ano. O carnaval em que homens cheios de problemas encontram uma evasão para os mesmos, pelo menos momentaneamente, e esquecem-se de procurar soluções, adiando as por 4 dias. Carnaval de paixões de 4 dias, que as vezes renascem das cinzas no ano seguinte... Carnaval que me deixa saudosista a cada quarta feira de cinzas ingrata, quando acaba com a nossa folia... E como diria um comercial de cerveja (Skol): “Carnaval é coisa pra bobo, feito eu e você”. Por este motivo, viva o carnaval. Viva a Vida... E para refletir vou deixar 2 (3) frases. A primeira é a letra de um frevo de bloco, e um trecho que gosto muito: “A nossa vida é um carnaval, a gente brinca escondendo a dor”. Espero que consigamos viver não só o Carnaval mais intensamente, e que cada vez mais escondamos as nossas dores. Neste carnaval, vi de tudo um pouco, vi sorrisos, sacanagem, lágrimas, e vi uma coisa que jamais vou esquecer (por mais besta que seja)... Estava na torre Malakoff quando me deparei com um redemoinho de vento que fazia confetes subirem, juntamente com um copo descartável... A cena não durou mais do que 30 segundos mais foi o suficiente para recordar do filme Beleza Americana (a cena do saco plástico), e da mensagem que é passada pelo personagem principal o senhor Lester Burnham quando ele morre. Ele relata que só pela forma como ele morreu, já era o suficiente pra ele ficar puto da vida, porém que há tanta beleza neste mundo, que a vida é bela. Assim passaram os momentos que ficaram eternizados em sua mente no mini-flashback antes de sua morte. É dito ainda no filme que “Isso pode não fazer nenhum sentido para você agora, mas fará um dia.” Por isso, peço-vos que eternizem cada momento da vida. Venho fazendo isso. Os momentos são únicos (e eternos). A segunda frase que deixo para a reflexão é uma que vi num jornal que custa 25 centavos (nem tudo é o que parece... O jornal é Mara.). A frase ficava na sessão de humor e vinha como reflexão mesmo. Era assim “A gente nasce sem pedir, e morre sem querer. Aproveite o intervalo.” Despeço-me então com um CARPE DIEM ou simplesmente HAKUNA MATATA.

P.S: Ao clicar no título, você verá a cena do saco plástico.


Gilberto Junior

21 janeiro, 2009

Voltando de um fatídico jogo nos aflitos


Voltando de um fatídico jogo nos Aflitos, deparo-me com integrantes da “torcida organizada”(Desorganizada!) Fanáutico brigando entre si e com seus aliados. Confusão sem motivo na Agamenom Magalhães. O motivo?! Algo que não vai mudar em nada o resultado do jogo, e nem vai melhorar em nada nossas vidas. Acho que está é a maior tolice do ser humano. O seu instinto de querer aparecer mais que o normal e causar pânico em pessoas que não tem nada haver com tal confusão. Pura babaquice. E na maioria das vezes não são torcedores. São marginais vestidos com cores dos times dos seus corações. Chegando ao Derby, estes “Animais” (se é que posso chamá-los assim...) ainda causavam pânico a quem passava pelo local. Chegavam os ônibus que paravam e estes falsos torcedores subiam pela última janela do ônibus, sem pagar passagem e por que não assustando os passageiros comuns que estavam na traseira do coletivo. Nunca fiquei tão feliz, depois dos sustos que tomei nesta noite (tudo bem que sou meio mole!). O batalhão de choque chegou e viu a cena. Agora imagine um busão cheio de policiais (que devem amar trabalhar num domingo e num jogo de um rival, pois pela forma de como batiam nos “torcedores” eram rubro negros!). Já viu que quem entrou pela janela desceu debaixo de “cacete”, ou melhor, de cassetete. Não acho legal a polícia bater daquela forma, mas naquela hora me senti feliz com a não impunidade mesmo que momentânea que ocorrerá ali, diante dos meus olhos (momentânea, pois sei que no próximo jogo, mesmo apanhando, as figurinhas continuarão fazendo a mesma coisa). Pra coroar com chave de ouro (Ou de bosta como queiram!), subi num CDU/Boa viagem/Caxangá, que voltava da praia (Não preciso dizer que estava lotado preciso?!) e cheio de figuras do mal posso dizer assim (pra não dizer outra coisa). Quando subi no busão com minha camisa do Náutico e ultrapassei a catraca (que arrependimento!) começaram a cantar musiquinhas indecorosas com o meu time que sempre tinham como rima o meu orifício anal. O cobrador disse que não deveria ter passado a catraca (embora na sua cara estivesse estampada uma felicidade tranquilizadora por ter um novo bode expiatório para as musiquinhas, que outrora eram relacionadas ao “defecador” dele...e do motorista). Tive medo de apanhar de “torcedores” que habitavam o DETRAN e eram da uniformizada do rival do meu Clube. Contei umas quatro peças com a camisa da Jovem (Se a Fanáutico já não presta, a Jovem então só não tem flor que se cheire!). Os “passageiros” gritavam e até brigaram dentro do busão, causando pânico e histeria. Já os passageiros comuns, preferiam fingir que tudo é normal e que era apenas mais um jogo e mais uma volta conturbada do trabalho. Já eu tentava entender aquela situação embaraçosa, e tentava calcular o QI daqueles seres, tanto do ônibus, quanto os “torcedores” da Fanáutico. Não os julgava (Talvez os julgasse!) apenas tentava entender o porquê de tudo aquilo, ou achar culpados. Acabei por desistir e aceitar. Situação engraçada?! No mínimo rotineira. É só pegar um coletivo (recomendo esta linha) em dia de jogo. Talvez assim vocês me entenderão.


Pra ver um vídeo da pior tocida daqui de Recife clique no título!

abraços!