13 dezembro, 2011

Velhas crônicas, não postadas!

Percepção. Adoro esta característica típica feminina. Não que os homens não tenham percepção. Admiramos apenas peitos e nádegas, que jamais passam despercebidas. Mas isso não é percepção. Embora rime com o que é. Quando falo desta habilidade, excluo os seres que exalam testosterona porque isso vai além dos 5 sentidos. Infelizmente os homens só conseguem desenvolver 5. Sempre fui fascinado por mulheres. E neste campo elas são mestres. Posso exemplificar. Aconteceram umas coisas, por estes dias, relacionadas a uma tentativa frustrada de contato com uma pessoa semi especial. Digo semi porque ela quis deixar de ser especial, porém de alguma forma ninguém consegue deixar de ser especial por completo. Não queria voltar, só gostaria que ela soubesse que ainda me importo, mas o fim disto explico depois porque não vale a pena. O contato não foi completo. Minha internet achou de cair. Pode parecer estranho, mas não fiquei emputecido. Afinal disse muito e de alguma forma aquilo me deixou mais leve. Fui dormir, com aquilo na cabeça, entretanto sem maiores frustrações. Acordo com Cazuza na cabeça. Cazuza para mim, as vezes serve para adjetivação. Naquele dia acordei meio bossa nova e meio rock'n roll. A falta de uma resposta dela não me deixava nervoso, e acredite ficaria normalmente. Naquela madrugada, pensava mais na música para dar uma aula do que em qualquer resposta negativa que com toda certeza viria (e realmente veio). Fui dar aula. Completamente estranho. Tão estranho como diria Dalto. Entrei em algumas turmas, numa delas expliquei o porque da canção “o nosso amor a gente inventa” do Cazuza. Além de render uma boa aula de sintaxe, tinha tudo relacionado ao que eu preciso. Um amor, nem que seja inventado. Entrei numa turma. A minha turma. Lá me sinto em casa, é o primeiro ano A, que tem alunos magníficos. O primeiro B também é especial. A diferença que na turma B, eu simplesmente expliquei os fatos. Na A, eu entrei na sala e uma aluna olhou nos meus olhos e antes de eu falar qualquer coisa eu a ouvir dizer que havia algo errado. Realmente havia. Que percepção fantástica. Não é a primeira vez que Yngrid fazia isso. Ela simplesmente consegue me ler, mesmo se eu não falo nada. Ela não hesitou em me perguntar, e depois de explicar a história, olhava pra ela, que chorava. Não resisti e chorei. Não pelas palavras que usei com a pessoa semi especial, não porque me arrependi ou algo do tipo. Olhar pra Yngrid e não chorar naquela situação seria ridículo. E derramei algumas lágrimas. Não consigo entender, como uma adolescente, que me conhece a pouco mais de 5 meses, sabe tanto perceber. Esse não é o verbo. Diria desvendar. Sou fechado, mas é nesses momentos que descubro que tenho um coração que ainda dita emoções que passam pelos meus olhos. E só em olhar pra mim, desvendou-me. Chegando em casa depois de acordar, já a noite recebo a doce mensagem que dizia em síntese. “Acabou. Acorda”. Descubro que também tenho percepção, assim como minha mãe e minha irmã que me abraçaram estranhamente só de me olhar um pouco mais apático do que o comum. Estranhamente porque principalmente minha irmã, não faz isso do nada. Meu pai, nem preciso dizer que a testosterona dele não permitiu perceber, mas eu o perdoo e o amo de qualquer forma, só admiro muito a quem tem percepção, talvez por isso e só por isso (mentira) eu admire as mulheres.


13/08/2011