tag:blogger.com,1999:blog-6956979033910247352024-03-12T20:56:35.028-07:00Psicólogo FrustradoCrônicas, textos, fotos, músicas, poesias, poemas, pensamentos, opniões...Giba Junior "Doug"http://www.blogger.com/profile/16116412571763133327noreply@blogger.comBlogger70125tag:blogger.com,1999:blog-695697903391024735.post-51962150265461514722016-02-22T18:40:00.000-08:002016-02-22T18:49:12.636-08:00...todo mundo quer ser um pedaço de carne, mas não quer ser julgado como um.<div style="font-size: 14px; line-height: 15.456px; margin-bottom: 6px;">
<div style="text-align: left;">
<div style="color: #141823;">
<br /></div>
<div style="font-size: medium; line-height: 15.456px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<div style="text-align: left;">
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #f3f3f3;">Essa não é uma frase solta. Ela tem todo um contexto. A
princípio, gostaria de dizer que estou criando esse texto com o objetivo de
passar uma opinião de maneira eloquente e menos confusa, pois anteriormente não
fora devidamente interpretado. Tudo começou quando postei em uma rede social
que achava patético quando uma mulher se passava por um ser inferior querendo
beijar caras por serem gringos. Uma amiga feminista apareceu na hora defendo o
direito de todas as mulheres de pegar quem quisesse a hora e o momento que
quisessem e que isso era machismo. Talvez, mesmo letrado e literado eu tenha me
expressado de uma forma inadequada. Ainda para a compreensão desse texto, e
para não soar um tanto incoerente, semanas depois postei um texto defendendo o
direito de mulheres transarem por transar, apenas pelo desejo como fazem os
homens (leia-se machos alfas machistas) sem serem julgados ou considerados
imorais ou amorais.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #f3f3f3;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #f3f3f3;">Primeiramente, venho por meio deste dizer que não sou
machista. Tampouco sou um feminista e muito menos considero o sexismo uma forma
legal de construir uma sociedade melhor. Vamos então expor pequenos fatos, que
embasam uma opinião. Primeiramente, sobre mulheres beijarem caras não
atraentes, nada contra, pois já fora beijado por mulheres que esteticamente
pertencem a um padrão (ditado claro pela sociedade) mais bonito do que o meu.
Então qual seria o problema, ou melhor dizendo, qual seria a desaprovação da
atitude de beijar um cara não atraente? O que aconteceu se deu em um contexto
especifico. Estrangeiros do sexo masculino, não pertencentes a estética de
beleza padrão (a mesma ditada pela sociedade) falavam da facilidade de se ficar
com brasileiras, que elas eram fáceis e que se insinuavam. Um grupo de
mulheres, deste tipo, passara por vários grupos também de estrangeiros e tentavam
a todo custo ficar com esses caras. Não havia conquista. Não havia diálogos.
Não havia sequer desejo de alguma das partes ou de ambas. Apenas um status. Os
caras eram gringos. Mas mulheres não deveriam ter o mesmo direito de homens?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #f3f3f3;">O direito nos permite fazer várias coisas. Inclusive ficar
com caras com um status que não condiz com nenhum dos ditames básicos para um
envolvimento entre seres humanos seja eles os sentimentos ou tão somente as
atrações físicas. O que havia ali não era conquista. Não me importo e até gosto
quando mulheres tomam a atitude. Mulheres nunca foram, e nunca serão objetos de
conquista e de uso de propriedade masculina. O que há até então é um desejo de
emancipação e de independência frente aos comportamentos retrógrados da sociedade
vigente. Então por que querer ser um prato? Todo mundo quer ser desejado de
alguma forma. Não falo de vaidade em excesso falo de necessidade humana de se
sentir querido ou ao menos desejado. Então, todo mundo quer se sentir desejado,
mas ninguém quer se sentir desejado por um padrão inferior. É como se todo
mundo quisesse ser de alguém, se esse alguém for de seu interesse. Até então
nenhum problema, pois, além disso, há a conquista. O que não havia ali.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #f3f3f3;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #f3f3f3;">Tentando fazer disso um link para o segundo embate de redes
sociais, eu concordo e apoio que uma mulher transe com alguém numa primeira
oportunidade desde que ela queira. Mulheres tem os mesmos direitos que homens
na sociedade moderna. O fato de elas não cometerem isso é o receio ou o
julgamento das próprias mulheres ou dos homens que elas conhecem, o que por
parte dos julgadores de plantão é no mínimo sub evoluído. Atente-se para o fato
da educação familiar ser diferente para homens e mulheres quando uns podem ser
o que quiserem e outras devem se comportar adequando-se a padrões morais
ditados por esses uns (machos alfas). Uma mulher na bela teoria, deveria e tem
todos os direitos dos homens. No final não cometem ou se retraem por
julgamentos de uma sociedade doente e no mínimo hipócrita. Homens adoram a conquista.
Adoram fingir que são poderosos e convencer uma mulher a ir pra cama com eles.
Toda sexta feira, eles se vestem para defecar palavras nos ouvidos delas e elas
se vestem como se pudessem transar com qualquer um de sua escolha. Tudo isso,
movido por álcool, drogas e necessidade de desprendimento geram transas onde
não há vergonha no prazer.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #f3f3f3;">Realmente, concordo com o fato de não existir vergonha no
prazer. O que discordo aí é que o prazer pelo prazer é um tanto evasivo. A
evasividade é o que torna-nos tão frágeis e que acaba destruindo ideias de
pensamentos sobre sentimentos. A ideia do se apegar é cada vez mais distanciada
onde mulheres são treinadas para não ceder a qualquer um a qualquer custo, e
homens de ludibriar e descartar em seguida. Cria se então a misoginia e a
misandria (repulsas ao sexo masculino e feminino). Essa necessidade de
conquista pós moderna, onde o com quem eu fiquei importa mais do que o porque
eu o fiz, acabou criando seres secos, vazios ou como diria um dos meus
pensadores favoritos (Bauman, o velhinho polonês) líquidos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #f3f3f3;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #f3f3f3;">A liquidez humana acaba numa falta de conhecimento do ser em
geral, mas parte principalmente da falta de conhecimento próprio. O sistema não
nos ensina a amar e acaba nos forçando a relações também líquidas por simplesmente
querermos atender a uma necessidade humana: Sentir. O que discordo um tanto é
que essa evasividade de sentimentos seja culpa do sexo casual, visto que o sexo
casual também faz parte de uma necessidade não humana, no entanto um instinto
animal (que você querido leitor, tanto quanto eu) que também temos: O desejo.
Na dicotomia entre desejar e sentir nos perdemos. Buscamos um amor daqueles que
são vistos em desenhos clássicos da Disney ou nas novelas Globais onde o
mocinho e a mocinha são felizes para sempre. No entanto, ouvimos o tempo todo
que homens não prestam e que mulheres que transam com mais de dois caras não
prestam para amar.<o:p></o:p></span></div>
<span style="color: #f3f3f3;"><br /></span>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #f3f3f3;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #f3f3f3;">A falta de um autoconhecimento e não o sexo casual é o
principal fator para a liquidez moderna. Precisamos parecer machos fortes,
poderosos e ricos e mulheres precisam ser santas e prendadas. Somos o que nos
obrigam a ser. Parafraseando um amigo meu “Ser feliz é ser livre!”. O que pode
causar desconforto é que a liberdade de alguns atinge a moralidade arcaica de
outros. Julgamos e não queremos por fim ser julgados. Uma mulher não deixa de
ser menos encantadora porque transou com um cara no primeiro encontro. Ela
sentiu desejo e o fez. Um homem não é melhor que outro porque pertence a um
determinado status. Num mundo onde o que se pensa tem menos valor que a
aparência física me assusto com o final de tudo isso. Malhamos, trabalhamos e
consumimos para mostrar o que somos e no final quem consome? Tenho a vaga
impressão que somos geridos por um sistema nada simples de pensamentos onde
cada vez menos o ser humano tem importância. Amar aparenta estar fora de moda.
Particularmente, prefiro ainda me manter nessa essência antiquada de
sentimentos. Amor é a base de tudo e todos e assim como dizia Caio Fernando
Abreu “Livrai-me de tudo que for vazio de amor”. Enquanto o ser for menos
considerado do que o aparente sentir, seremos frágeis, destrutíveis e
arruináveis. Resumindo isso, seremos tão somente um pedaço de carne.</span><o:p></o:p></div>
</div>
</div>
</div>
</div>
Giba Junior "Doug"http://www.blogger.com/profile/16116412571763133327noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-695697903391024735.post-50179556925175801352014-08-13T18:32:00.002-07:002014-08-13T18:32:27.700-07:00Sobre a morte de Eduardo Campos.<div class="MsoNormal">
Onde ficou a humanidade do ser humano?<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
Hoje uma notícia nos atacou literalmente e nos pegou
desprevenidos. Obviamente, no dia 13 de agosto de 14, estou me referindo a
morte de Eduardo Campos, ex-governador do Estado de Pernambuco e postulante a
presidente da República Federativa nas eleições que ocorrerão em outubro do
corrente ano. Apesar de minha divergência política com o pseudo-socialismo
criado pelo grande estadista que “imperou” no meu Pernambuco, fiquei
estarrecido e perplexo de uma forma triste com a notícia e mais ainda com a
repercussão.<br />
<br />
Disso tudo me chamou atenção o comportamento asqueroso e nada humano de
usuários de redes sociais que pertencem ou pertenciam ao meu convívio. Sempre
me deleitei e concordei quase que piamente na frase “A ignorância é uma benção.”.
Digo hoje que a ignorância não é mais uma benção e sim a sensatez. Se há algo
que pode ser bom, e etimologicamente diferente da ignorância, é a ingenuidade,
coisa que não é presente nas pessoas e nas postagens que eu vi. Teorias da
conspiração completamente ainda sem fundamentos (visto que a caixa preta fora
encontrada muitas horas depois e não na hora do acidente) foram criadas e
disseminadas. Por vezes também vi um
ódio mortal a ainda representante legal do nosso povo a presidente (não curto o
termo presidenta, nem estudante) em frases que desejariam a presença dela em
substituição ao ex-governador. Em outras postagens ainda mais ignóbeis, vi
piadas jocosas e desrespeitosas sobre o candidato supracitado.<br />
<br />
O humanismo vai além de convicções religiosas, sociais e políticas. Talvez as
pessoas devessem e tão somente respeitassem a dor dos familiares e
correligionários. Eu era um opositor ferrenho e continuo a discordar da sua
forma marqueteira de construção política. Basta ter o mínimo de contato com
teorias políticas (neste caso esquerdistas) para entender que candidatos
socialistas que defendem de forma agressiva os interesses do capital são no
mínimo sem sentido. Sei também do caráter rígido nas imposições de sua política
por ter contato com pessoas que trabalham em instituições públicas, mas sem
jamais esquecer da contribuição estrutural que o governador ofereceu (mesmo que
quase sempre maquiada do tipo tem prédio mas não funcionário).<br />
<br />
Não vou me alongar em criticar os erros ou as discrepâncias políticas dele.
Acho que ainda sim, e vista a devida repercussão, o Brasil perde inegavelmente
uma de suas maiores lideranças políticas e uma jovem esperança para quem
acreditava em uma alternativa à polarização política criada nos últimos 20 anos
por PSDB e PT. Não votaria nele, embora tenha uma inclinação política de
esquerda. Meu voto desse ano morreu com Plínio de Arruda. Só não morreu minha
esperança em um Brasil melhor, mais justo, mais educado e mais humano. Pois
mesmo não sendo fã de Dudu (nem de nenhum dos postulantes a presidência e nem
ao governo do Estado), compartilho do pensamento de que ele proferiu ontem vivo
no Jornal Nacional do canal de imprensa mais forte do país (aproveito e
parabenizo em especial ao enviado da emissora ao local do acidente que fez o
papel de imprensa imparcial ao retirar o microfone de um suposto socorrista que
fez campanha gratuita em favor do ex-presidenciável). Disse ele ontem que “Não
vamos desistir do Brasil.”. E eu, não vou desistir dos brasileiros, mesmo que
ainda despreze a atitude de alguns.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Descanse em paz Eduardo Campos e todos os outros envolvidos no acidente aéreo.</div>
Giba Junior "Doug"http://www.blogger.com/profile/16116412571763133327noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-695697903391024735.post-31055519949994446322014-08-11T15:31:00.002-07:002014-08-11T15:31:43.321-07:00"Para de me encarar!"<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">Levantou-se. Precisando ir ao banheiro. E lá estavam num
desses restaurantes do tipo fast-food. E foi rápido. Não queria a distância.
Nem por um segundo. Nem por um milésimo. Na saída do banheiro viu inúmeras
mulheres. Algumas belas, na sua maioria eram loiras, dessas de farmácia. Todas
tão iguais, tão vestidas, e tão vazias. Não saberia dizer se realmente eram
vazias. Ele simplesmente as ignorou e continuou seu caminho enquanto a
observava comer. Ninguém come esses tipos de comida de forma graciosa. Mas para
ele, ela conseguia, e o fazia... parecia brincar com as batatas fritas e o
ketchup. Sentada, com as pernas cruzadas, balançando um pouco as sapatilhas
amarelas. E chegou... e sentou. E a contemplou. Pensava em adjetivos. Um
adjetivo pra ela, e um adjetivo para a sensação que ele sentia. E pensou... Ela
comentou que um cara que sentava atrás dela na mesa falara outra língua. Isso o
ajudou a pensar em outros adjetivos. Agora em outras línguas... Nenhum se
aplicava. Poderia ser </span><b style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><i>déranger (atrapalhar,perturbar)</i></b><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">, no
entanto era verbo. Poderia ser </span><b style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><i>Fulfillment (preenchimento)</i></b><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">, porém
era substantivo. E pensou que ela por si só era um adjetivo... Ela então
graciosamente pediu: “Para de me encarar!”</span><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">
</span><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">que foi respondido com um “Estou te admirando...”... Ele só queria dizer
que ela estava tão ela... ela virara um adjetivo.</span></div>
Giba Junior "Doug"http://www.blogger.com/profile/16116412571763133327noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-695697903391024735.post-37986609410992282472014-04-11T20:10:00.000-07:002014-04-11T20:10:46.920-07:00And find another you...<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">E como dizia a canção<br />
Fui tentar inutilmente <br />
encontrar outra você<br />
mas não achei<br />
E olhe que vaguei<br />
Com a mera intenção <br />
de preencher<br />
E por vezes<br />
Percebi que existia vida<br />
além de nós<br />
E essas vidas<br />
eram mais belas<br />
mais doces<br />
mais afáveis...<br />
E que não seja <br />
tarde demais<br />
pra provar que sou capaz <br />
de encontrar outra você<br />
Mas como na canção<br />
virou apenas um propósito<br />
achar-te em outrem<br />
Você era e é...<br />
Singular.<br />
<!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br />
<!--[endif]--></span>Giba Junior "Doug"http://www.blogger.com/profile/16116412571763133327noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-695697903391024735.post-14657612866953010672013-04-30T04:39:00.004-07:002013-04-30T04:39:42.454-07:00Singularidade<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
“Depois de você, os outros são os outros e só...”. Algumas
pessoas são incomuns. Incomuns pelo simples fato de não pertencerem à
normalidade, a casualidade, e especialmente a fatalidade de serem iguais aos
outros. E ela era. Única. Ninguém entenderia a mim. Não se eu explicasse.
Sempre me perguntaram o que ela tinha de tão especial. Por que me prenderia e
tornar-me-ia tão dependente dela? Por que sendo eu tão único também? Talvez,
nenhuma palavra possa descrever tão bem ela o quanto ela mesma, em carne e
osso, e espírito. Uma áurea divina, impar. E um jeitinho. Sim jeitinho. A forma
de andar extremamente tímida olhando para o chão. A forma única de proteger os
olhos mínimos diante de qualquer luz que a fizesse chorar. O momento em que
estudava com sentada sobre as pernas e o mordendo a tampinha plástica do
grafite. Quando sorria para mim ao se maquiar em frente ao espelho. A
pulseirinha que tinha uma pimentinha no braço esquerdo. A forma de pedir beijinhos
e dizer que queria mais. A forma de se desequilibrar ao abrir um portão pesado.
E quando dirigia pisava no acelerador com apenas o dedão. Tinha charme na hora
de tentar girar um volante sem direção hidráulica. Bem como quando passava a
marcha e passava o dorso da mão sobre meu rosto. Essa era a definição da
palavra singular.<o:p></o:p></div>
Giba Junior "Doug"http://www.blogger.com/profile/16116412571763133327noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-695697903391024735.post-29190467953465468592013-01-22T16:59:00.001-08:002013-01-22T16:59:10.109-08:00Apenas mais uma de amor. (Crônicas)<br />
<div class="MsoNormal">
Antes, um pequeno prefácio. Prefácio não, explanação curta. Esse texto eu comecei a escrever em 2011. Antes de tanta coisa, eu parei na metade. Continuei em 2012. Terminei agora em 2013. Ainda não tá pronto. Eu nunca tô satisfeito e minha opinião é mutável. Mesmo assim, aqui vai uma crônica. E que o amor vá nos levando.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Seria muita presunção de minha parte afirmar que ela não
sabe o que é amar. E talvez ela não saiba realmente, porém não sou eu quem tem
essa resposta para o que quer que seja esse sentimento. Seria também injusto
dizer que ela não me ama. Amor é subjetivo. E o meu ideal de amor é muito
antiquado, muito surreal para a liquidez humana de sentimentos. Pelo menos era.
Hoje me tornei mais frio e inconsequente quanto ao amor. Talvez tenha me
tornado um estúpido. Ou simplesmente me humanizei. Humanos perderam a capacidade
de sentir. Ela e eu somos humanos. Talvez nós em especial, porque tenhamos
sofrido por amor. Mas até então, todos sofrem. Será então que se não sentimos,
perdemos a nossa capacidade de amar? Eu por não acreditar mais. Ela por acreditar
tanto nos sentimentos. Sentimentos são belos, mas patéticos. Cansam, e não nos
levam a muitos lugares. Em uma relação a dois o que menos vale é o sentimento
que chamam de amor. Porque mais uma vez o amor é subjetivo. O que eu significo
pra você, não é o que você significa pra mim. E as minhas experiências me
levaram a ser o que sou hoje. Como então ela me entenderia? Como então ela me
faria sentir o que desacredito sentir? Não é porque não se sente que não
existe. Princípio básico do teísmo, deísmo e afins. Mas para o amor não vale.
Pessoas precisam se sentir amadas para poder amar. Se eu não digo um fatídico ‘eu
te amo’, eu não mereço ouvir, mas se digo, e este é falso, pode convir ao outro
e assim ele vai se sentir livre para desprender as amarras da desconfiança dos
sentimentos e te amar. Mas apenas ela. Às vezes penso, e tão somente penso, que
esforços de ambas as partes são inúteis. Palavras por mais belas que sejam, são
apenas palavras. Palavras proferidas por mentes deturpadas e tão somente
complexas. Em mim, tudo isso seria suprimido com o físico. Mesmo eu sendo o
mais ciente que o sexo não é amor, e nem vice versa. Mas Rita Lee fez uma
referência universal com a música “amor e sexo”. ‘Sexo sem amor é vontade!’.
Simplesmente é o necessário. O amor nos torna humanos, mas sem o sexo não
seriamos animais e se não formos animais, seríamos divinos o que é impraticável.
Precisamos do físico, e para ter o físico, precisamos ser hipócritas, porque o
sexo virou uma moeda de troca. Preciso, ou precisamos do físico. Do toque, do
saber que tenho alguém, da presença. Não adianta muito o fato de pensar, pois o
pensamento e a falta, só existem quando na matéria, há no que se pensar, há do
que se ter saudades. Ele tenta colocar num pedestal alguém que não demonstra
nenhum interesse de querer estar lá. E nas oscilações de humor de um ser que só
precisa ouvir, talvez por isso ele não a faça feliz. Por vezes o inverso. Ele
não acredita mais no merecimento de estar em pedestal de ninguém e se sente mal
por não sentir o mesmo. Precisa, ele, da cura. Se é que a mesma existe. E vou
tomando doses homeopáticas de amor. Mesmo sabendo que por vezes as pequenas
doses curam. Ajo como uma criança birrenta que não quer tomar medicamento. Mas
sigo procurando. Até encontrar, ou reencontrar. Até lá.<o:p></o:p></div>
Giba Junior "Doug"http://www.blogger.com/profile/16116412571763133327noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-695697903391024735.post-36662950570740141872012-11-20T12:07:00.001-08:002012-11-20T12:07:35.337-08:00Debaixo da árvore.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh79lZKPQEo5qjvLUsvdCyyTonp8excSe5Gjb5XZQzzJbnz-w4QMu-sXLiu8u5Re1lBbQ3A1YQkf-B4izMKe-cXqfAnsu2hiiQOUA0p8zAXq76HYLg-1MXxuxqU4Oja-mktcJ5UQ-UMq_c/s1600/ilustracao-de-amantes-beijando-debaixo-da-arvore_18-9059.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="255" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh79lZKPQEo5qjvLUsvdCyyTonp8excSe5Gjb5XZQzzJbnz-w4QMu-sXLiu8u5Re1lBbQ3A1YQkf-B4izMKe-cXqfAnsu2hiiQOUA0p8zAXq76HYLg-1MXxuxqU4Oja-mktcJ5UQ-UMq_c/s320/ilustracao-de-amantes-beijando-debaixo-da-arvore_18-9059.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
</div>
<div class="MsoNormal">
O celular tocou. Não era o despertador que ele acostumara-se
a ouvir. Nem de longe também era o horário para que tocasse. Ele tateava o
móvel, uma banquinha de cabeceira que se encontrava ao lado da bicama onde ele
dormia. Queria encontrar logo o motivo do barulho. Antes que sua irmã,
acordasse ou mesmo antes que ele perdesse a ligação. E encontrou apertando o
botão de atender, sem mesmo antes de ver quem era. Do outro lado alguém disse:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Alô,
Davi?!<br />
Ele tremulando a voz, não conseguia pensar, sequer formular uma frase bem
construída, seja gramaticalmente, seja em questão de sentido:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Eu,
Alô... Quem é?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Te
acordei? Desculpa.. Sou eu, não reconhece minha voz?!<br />
Naquele momento tudo que ele era menos capaz de reconhecer era uma voz. E pra
não magoar a pessoa que estava do outro lado, perguntando quem era novamente,
afastou o telefone da orelha com esperança de que o número estivesse salvo na
agenda. Era Maria.<br />
- Não tem problema. Mas por
que tão cedo?<br />
- Tás em casa? Posso passar
aí?<br />
- Como assim? Quando? Ahn?<br />
- É que tô viajando pra Chã
Grande passar o fim de semana na casa da minha avó, e eu preciso te dar um
negócio que comprei pra ti.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Comprasse
o quê? Queres passar aqui de que horas?<br />
- Surpresa. Daqui a uma hora
pode ser?!<br />
- Me liga quando estiver
chegando que eu desço, tá?!<br />
- Tá bom.. Beijos Davi.<br />
- Beijos.<br />
E ele apagou. Dormia como se nunca houvesse dormido, e como se aquela conversa
não houvesse existido. O barulho estridente do toque do celular interrompe seu
sono pela segunda vez. Não sabia dizer exatamente quanto tempo se passou.
Apenas procurou o celular e atendeu. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Já estou
na sua rua!<br />
- Anh? <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Desce!<br />
- Mas eu pedi pra tu me
avisar.<br />
- Tô te esperando. Beijos.<br />
E pulou da cama. Correu para o banheiro. Pensou em milésimos de segundos se só
jogava água no rosto ou se tomava um banho rápido. Antes que demorasse mais seu
pensamento, escovou o dente já debaixo do chuveiro. E se vestiu. Pôs uma
bermuda já atrás da porta e um camisa. Qualquer camisa. Estava ridículo, mas
não tinha saco pra pensar. E desceu. Correndo. A cara denunciava o sono. Cabelo
pingava e escorria pela nuca. Nada importava. Chave já na mão. E chegou ao
portão de entrada. Ela ainda vinha lentamente na rua. Ele observava, e tirava a
água da nuca, tentando ainda se adaptar ao sol que quase o cegava. Ela se
aproximou e sorriu. Sorriu como se debochasse da cara de acabei de acordar
dele, quando na verdade tava encantada com isso e disse.<br />
- Desculpa ter te acordado...<br />
- Tô curioso, o que te trouxe
aqui?<br />
- Eu precisava te entregar um
negócio.<br />
- O quê?<br />
- Primeiro, vamos pra lá, sair
desse sol que tá te fazendo mal aos olhos.<br />
E pegou ele pelo braço, puxando com doçura até uma árvore. Numa pracinha bem
pequena, sem bancos sentaram se no meio-fio. Olharam se, sorrindo. O sorriso
dele agradecia, o dela confortava. Ainda sorrindo, abriu a bolsa e pegou um
bombom de chocolate. Entregou rindo e disse: <br />
- É pra você!<br />
- Mentira né? Eu não acredito
que saiu de casa, muito cedo, antes de viajar pra curtir o são João, e veio de
ônibus aqui só para me entregar um sonho de valsa. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Foi, não
gostou?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Gostei
sim, mas não é só pra isso é? Tu me acordou pô!<br />
Ela riu, ele tinha soado irônico. E realmente foi. Não se importava em se
acordar cedo, ele a viu, e nenhum sono valia tanto. O sorriso dela pagava
qualquer coisa. Ela também riu, e o desarmou. Naquele momento qualquer possível
raiva sumiria, mesmo uma raiva simples como a de ser acordado. E pegou a pela
mão, tomando o bombom, e aproximando-se dela. Por fim ele retomou:<o:p></o:p></div>
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Arial Unicode MS"; mso-bidi-language: HI; mso-fareast-font-family: "Arial Unicode MS"; mso-fareast-language: HI; mso-font-kerning: .5pt;"> - Obrigado. Eu acho que devo te dar
um abraço para agradecer!<br />
Ela sorriu e abriu os braços de forma que aceitava o abraço sem dizer uma
palavra. E o abraçou. Com tanto carinho e uma ternura nunca antes sentida pelos
dois amigos. E dois corações que não palpitavam por um abraço. As batidas eram
aceleradas a cada aperto, ou a cada centímetro de pele que sentia outro
centímetro de pele um do outro. E quando soltaram o abraço, olharam um pro
outro, sorridentes, como duas crianças. E como duas crianças não conseguiam se
encarar sem sorrir. E como duas crianças, não sabiam o que estavam fazendo. E
deram as mãos novamente. Desta vez os 2 pares. A distonia aguçava-se. Os dedos
mostravam a tensão e brincavam de se mexer incessantemente. Até que ela olhou
para ele, com um olhar mais sério, e ele sem entender o motivo da seriedade
aparente avançou o rosto em direção ao dela. A distância percorrida fora de
90%. Com os olhos fechados, e os lábios de um beija-flor. Apenas queria que a
flor, com a ajuda talvez de um vento, andasse mais dez por cento. E a flor o
fez. O primeiro beijo de qualquer casal, certamente não é o mais interessante.
Completo que geralmente é o pior beijo. Não se conhecem as bocas e nem os tipos
de beijo de cada um. Aquelas bocas já tinham beijado. Várias bocas até. Distintas.
Sabiam, cada um a seu modo, como beijar. Ela com ardência, desejo, fogosidade.
Ele com calma, doçura e carinho. Aquele não fora o pior beijo deles, mas com
certeza o mais marcante. Para alguns, um beijo é apenas um beijo. Mas para
aqueles dois, um beijo era especial, e este fora capaz de mudar os destinos. <br />
<br />
<!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br />
<!--[endif]--></span>Giba Junior "Doug"http://www.blogger.com/profile/16116412571763133327noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-695697903391024735.post-10299169650403258532012-09-17T14:03:00.001-07:002012-10-08T13:00:11.855-07:00Um dia, num mês, <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsnTJ18kTIFq3j8rRwXJdxJwFk5m4312q6QFVcI8slxXsggQuvr2BlS-zPsvGLGbPYfA4FUdxoyY1RVVWvjFFcP5WAdZ8m9DW9ngA-Y4rRKBLgpnNJJkkRQrGS2M97LvrlYOd242mdMQE/s1600/cachorro-bebado-na-praia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsnTJ18kTIFq3j8rRwXJdxJwFk5m4312q6QFVcI8slxXsggQuvr2BlS-zPsvGLGbPYfA4FUdxoyY1RVVWvjFFcP5WAdZ8m9DW9ngA-Y4rRKBLgpnNJJkkRQrGS2M97LvrlYOd242mdMQE/s320/cachorro-bebado-na-praia.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 71.4pt; tab-stops: center 230.3pt;">
<b><span style="font-family: "Lucida Handwriting"; font-size: 14.0pt;"> </span></b><span style="text-indent: 35.4pt;"> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 35.4pt;">
- Eu estou bêbado!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<br />
Foi isso que ele disse, antes de levantar e ir ao banheiro cambaleando entre as
paredes. Todos riram da situação e não estavam menos bêbados. Adentrou o
banheiro que já cheirava mal. Tinha cheiro de urina dos embriagados. E não se
aguentou sobre as pernas. Ajoelhou defronte ao vaso bege e vomitou. Vomitou
tudo que tinha ingerido de ruim. O álcool acabara de ser consumido, e ele na
pouca consciência que ainda lhe restava levantou e andou. Segurando a cortina,
ou a toalha pendurada no porta toalhas. Retomou o equilíbrio. Chegou ao
espelho. Jogou água no rosto e esfregou as pálpebras. Bochechou um pouco de
enxaguante bucal e baforou nas próprias mãos sentindo o cheiro do hálito. O
gosto da cerveja ainda nas papilas gustativas, deixou sua boca com sabor de
remédio infantil. E olhou no espelho e
falou pra si mesmo:<br />
<br />
- Você não vai conseguir ficar
pior que isso. Agora é a hora.<br />
<!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br />
<!--[endif]--><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Se encarou no espelho. Olhava dentro de olhos negros que
queriam chorar, e que quase conseguiram evitar uma lágrima que escorreria, mas
fora enxuta. E continuou falando só:<br />
- Você é um babaca por ter que
encher a cara pra fazer isso, mas já que o fez, use a coragem que você não diz
ter mas que acha que o álcool te dá!<br />
<!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br />
<!--[endif]--><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
E saiu. Abriu a porta do banheiro, segurava nas paredes do
estreito corredor e as coisas assim como seus movimentos parecia tudo mais
lento do que o habitual. Olhou para o relógio pendurado na parede. Demorou uns
trinta segundos para decifrar os ponteiros. Ainda havia tempo, pouco passara
das 10 da noite. Passou por todos que sentavam no chão ao lado de garrafas de
vodcas baratas, vinhos importados e litros já pela metade de cachaça. Todos
estavam bêbados para notar que ele não estava bem. E isso em aspectos físicos e
psicológicos. Todos riam entre si, bebiam descontroladamente e sem a moderação
indicada. Ouviu alguém perguntar se ainda iria brincar com o grupo um daqueles
joguinhos etílicos. A resposta foi seca com o indicador que balançava de um
lado ao outro. As palavras não sairiam. Seguiu até a varanda, talvez o ar não o
ajudasse a pensar, mas diminuiria significantemente a sua sensação de enjoo.
Encostou as costas na parede e deslizou sua camisa de poliéster com a intenção
de sentar no chão. Embora ébrio, conseguiu tal façanha. E pôs o celular para
fora do bolso, que com o a cerveja ingerida parecia mais apertado e profundo
naquele momento. Tateava o teclado. Bloqueava e desbloqueava as funções.
Hesitava o tempo todo. Pensava se deveria ou não se importar naquele momento.
Percebeu a presença de alguém na varanda também sentada. Estava escuro. Não
queriam luz. Ela queria paz e um cigarro. Ele queria ar e coragem. Ela sorriu e
chamou o pelo apelido carinhoso que ele tinha. E fora tão carinhosa, utilizou
tal vocativo pelo diminutivo. E apagou o cigarro e abriu os braços. Ele sorriu.
Ela ofereceu o colo e ele deitou. Ele voltou a mexer no celular. Ela alisava
seus cabelos e notou sua inquietação. Perguntou:<br />
<!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br />
<!--[endif]--><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
- O que foi Paulinho?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Nada,
não. Tô bêbado. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Seu corpo
diz isso, seu olhar não.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Meu olhar
anda fosco já faz um tempo.<br />
<!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br />
<!--[endif]--><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Ela acariciava seus cabelos, ele passeava seus dedos por
entre o <i>touchscreen</i> do seu novo
celular. Procurava um nome. Na verdade procurava uma solução. Alguém que
confiasse o bastante, ou que valorizasse a opinião, mesmo que não a seguisse.
Alguém que dissesse o que fazer ou não fazer. Dar a coragem necessária ou
retirar o excesso E tateou nome a nome. Abria e via os nomes. Olhava os números
de um por um. Letra a letra em ordem alfabética. Desistiu na letra D. Pensou em
guardar o celular, e até fez o movimento. Teve uma luz, e como nos desenhos
animados os olhos deles arregalaram. Pensou em Luiza. Pegou o telefone e antes
que pensasse mais ligou. O telefone não tocou. Estava simplesmente desligado.
Luiza não atenderia. Era um sábado a noite, por isso a perdoou. Não sem antes
ter uma crise de falta até de amigos que sempre estiveram lá. Todos tinham se
tornado desnecessários por fim, embora, e muito embora os amigos sempre foram
fundamentais. “Não importa” pensou consigo mesmo. Voltou a si quando notou os
carinhos na cabeça. Não estava sozinho. Pensou em jogar o celular pela varanda,
mas era um segundo andar e ele se espatifaria. Tomou a decisão. Nem era tão
corajoso assim. Não ligaria mais pra ninguém. Não da agenda. O número de que
ele precisava não saiu da sua cabeça desde a primeira vez que ele discou. E
dessa vez digitaria uma última vez. Ou penúltima. Não sabia. Dentro do bolso
retirou um papel, ensaiava frases, versos. Foi interrompido:<br />
<!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br />
<!--[endif]--><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- O que
escreves e que inquietação é essa? <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Procuro
palavras pra um SMS.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Pra quem?<br />
- Alguém que morreu pra mim,
ou que eu queria que morresse dentro de mim.<br />
- É ela? <br />
<!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br />
<!--[endif]--><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Nada disse. Já tinha dito com a lágrima que descia do seu
rosto. As frases se montavam e desmontavam o tempo todo. E começou a digitar no
celular: <o:p></o:p></div>
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: AR-SA;">“Parabéns. Primeiro me desculpa por não ligar. Estou
bêbado, mas não tenho coragem. Por fim, isso não me faria bem. Felicidades,
sucesso, tudo de bom. Te amo. Ainda. E muito. P.S: Queria te ver sorrindo
hoje.”. Hesitou. Apertou enviar e cancelar várias vezes. Enviou. E chorou.
Muito. A garota que oferecia o colo enxugou suas lágrimas. E ele dormiu. Dormiu
e acordou de madrugada. Com frio e o celular na mão piscando. Uma ligação
perdida, ou uma mensagem. A segunda. E dizia “Oi. Eu preferia que você tivesse
ligado. Eu entendo porque você não veio, mesmo assim obrigada pela mensagem.” E
ele não ligou, não ligaria também. Culpou-se. Perdoou-se em seguida. E não se
falariam mais. E chorou. E dormiu no colo da garota. Pensou em respostas
durante a rápida insônia, lembrou-se da eternidade do amor que pregava, do
sorriso ainda recente que jamais veria e se visse tivesse a oportunidade de ver
evitaria. Acordou já num colchão inflável na sala, a bela moça que acariciava
seus cabelos e que o viu chorar dividia com ele o local para dormir. De lado,
com uma das mãos sobre o peito dele. Retirou a mão com cuidado pra não
acordá-la. Levantou atrás de água para a ressaca do dia anterior. Mais
desesperadamente procurou o celular, e encontrou ao lado do colchão. Pegou o
celular, recomeçando a ensaiar frases na cabeça. Mas a frase que escreveria
sairia da coração. E assim escreveu: “Eu te amo muito, mas não posso mais
gostar de você, não posso mais me apaixonar por você porque não posso ter você.
Queria te ligar. Mesmo. Mas as palavras não sairiam. Nada impensado presta. Não
acredito mais em amor, mas se existir, o meu é seu. Não me liga mais, nem
responde essa mensagem. Não se importe. Adeus. Te amo”. Falar-se-iam novamente
depois de tempos?Ver-se-iam novamente? Amar-se-ão
novamente? Amarão outros? Isso ficará
sem resposta. </span><br />
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: AR-SA;"><br /></span>
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: AR-SA;">P.S: Não queria uma imagem triste!</span><br />
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: AR-SA;"><br />
<!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br />
<!--[endif]--></span>Giba Junior "Doug"http://www.blogger.com/profile/16116412571763133327noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-695697903391024735.post-81122526024927992012012-07-04T04:27:00.001-07:002012-07-04T04:29:47.036-07:00Um mero sorriso<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDVmHK76PxT6btoSuptKAVS9wApvG3AEPJ6WQ-D5bFWW_Xnf3l7MGGmKKpS0HtmrZMPEhNUYTor3ITSSE3ojKlprC2_dKHK7f9EZahYXMgYLJ91FQCVH7GY3J9C6Ibsy26TSOMDYXG9eY/s1600/sorriso.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="162" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDVmHK76PxT6btoSuptKAVS9wApvG3AEPJ6WQ-D5bFWW_Xnf3l7MGGmKKpS0HtmrZMPEhNUYTor3ITSSE3ojKlprC2_dKHK7f9EZahYXMgYLJ91FQCVH7GY3J9C6Ibsy26TSOMDYXG9eY/s320/sorriso.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Você se importaria</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
se eu não soubesse o
que dizer?</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Se só neste momento<br />as
palavras soassem vagas?<br />E então...</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
O silêncio viraria
música<br />para os seus ouvidos?<br />E se a melodia se tornar
agradável,<br />você irá sorrir?<br />Não mostre os dentes,</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Não gargalhe<br />Apenas
esboce um sorriso<br />E os seus olhos de tristeza,</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
finalmente serão
vivos.<br />Sorria pra mim,</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
uma vez apenas,</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
duas, três...<br />sempre
que eu precisar, <br />quando eu precisar de um sorriso<br />conceda-me
tal alegria<br />porque outras bocas me sorriem<br />Mas não me
animam,<br />nem me dão a alegria,</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
de um mero sorriso, <br />se
este é vindo de ti.</div>Giba Junior "Doug"http://www.blogger.com/profile/16116412571763133327noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-695697903391024735.post-66628290162816621242012-06-03T15:52:00.001-07:002012-06-03T15:52:23.383-07:00Um restaurante..<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJb0K0DKggD1wt5HKUc2lP8KUJlpr0gj4OF5YPClwrOSz0hxAc2VREwId0QMqv4PM2Exp_Gu0yjOUM9-SskRFR5-XhJH3vk78q7QQ-HM7MU3Ypdg29cy3F-PdXnBIVar83t0BPbC6agNg/s1600/Mesa-de-Restaurante-Don-Pascual-Rio-de-Janeiro.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJb0K0DKggD1wt5HKUc2lP8KUJlpr0gj4OF5YPClwrOSz0hxAc2VREwId0QMqv4PM2Exp_Gu0yjOUM9-SskRFR5-XhJH3vk78q7QQ-HM7MU3Ypdg29cy3F-PdXnBIVar83t0BPbC6agNg/s320/Mesa-de-Restaurante-Don-Pascual-Rio-de-Janeiro.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><br /></span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">Havia dez anos que
aqueles olhos não se viam. Na verdade havia esse tempo que eles não
se enxergavam. Não verdadeiramente. Não lembrava dos olhos miúdos
dela e de como eles pareciam belos. Por (falta de) sorte, já teria
esquecido da brancura dos seus dentes quase perfeitamente simétricos.
Não procuraram se encontrar, simplesmente puff... Aconteceu. Peça,
daquelas que o destino prega. Num domingo, ensolarado, daqueles
ideais para uma praia. Quase meio dia. Estacionou o carro e trancou
em seguida. Sairia do ar e praguejaria em seguida contra o calor,
contra a umidade relativa do ar, relativamente alta naquele dia.
Atravessou a rua para o lado do restaurante e inutilmente procurou
por sombras de árvores. Teria que andar uns trinta metros sobre o
sol escaldante. Reclamou para si mesmo do calor, tirou um paninho do
bolso e enxugou o rosto ainda gelado do ar-condicionado do carro e já
suado da falta dele. Adentra o restaurante. Tudo que queria naquele
momento era estar na parte refrigerada do estabelecimento. Pediria
uma coca, esperaria sentado por seu macarrão <i>Chop Suey.</i>
Sentou-se. Chamou o garçom e de repente sentiu um leve toque no seu
ombro:<br /><br /><i> -Pedro?!</i></span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><br />E virou.
Lentamente. O som da voz era uma vaga lembrança, cada vez menos
familiar. Olhos nos olhos, como há muito não faziam, e que
repetiram o brilho da primeira vez, dezoito anos atrás. Não eram
mais crianças. Nem adolescentes. Tampouco tinham as auras
despreocupadas. Já carregavam o fardo repudiável de serem adultos.
Não eram mais os mesmos. Mesmo sendo. Eram diferentes. Os olhares se
penetraram por longos segundos. E lembranças passaram como um
turbilhão. Boas ou ruins, passaram em segundos. Ou milésimos de
segundo. Não sabiam contar o tempo. Não existia tempo, não além
dos dez anos daquele encontro. Um aperto no coração dele, um súbito
desconforto estomacal nela. Isso tudo no momento em que ele ouviu
aquela voz que sorria, e no momento em que ela esticou o braço para
tocá-lo. As palavras seguintes seriam desconexas se fossem
proferidas. Então tudo que conseguiu dizer foi:<br /> <br /><i> - Lisa.</i></span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><br />A mudez prosseguiu
por eternos segundos. Como aqueles segundos, os ditos do momento que
antecede a sua morte. Mas eles estavam vivos. As pupilas mudavam as
direções. Analisavam a anatomia dos corpos alheios. O que mudou
nestes dez anos? O que está igual?. Tentavam a todo custo descobrir
e redescobrir um ao outro. Ela estava não menos bonita. O corpo
bronzeado e sinuoso agora de mulher feita, talvez mãe, dentro de um
vestido florido cabelos um pouco mais longos do que o de costume, num
castanho escuro mais bonito que os negros de outrora. O mesmo
sorriso, os mesmos olhos. Ele, mais forte, com cara de homem, óculos
de grau no rosto, barba por fazer e não mais rala. Uns primeiros
grisalhos já apareciam, parecia estar mais alto, mas só tinha ganho
músculos, exibidos entre os botões de sua camisa polo preta aberta,
com uma bermuda bege e sapatos de cetim. Mulher e homem. Feitos
agora. Sentiram a estranheza do silêncio que começava a incomodar.
Ele nunca se incomodou com isto, já isto a falta de sons a irritava,
então por lógica ela falou:<br /><br /> <i>- Como vai você?</i></span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><br />As palavras que
eram desconexas, se embaralharam na cabeça dele. Na verdade sumiram.
Abriu os lábios na tentativa de que elas viessem a ponta da língua
e por consequência saíssem. Ela distribuiu um sorriso convidativo a
qualquer resposta. Um sorriso que pedia afabilidade na resposta. Um
sorriso que apagasse qualquer má lembrança, e nesse sorriso ele
queria se perder. A resposta então seria “bem obrigado e você?”
seguido de um sorriso também doce. Mas como fazer isso sem mentir.
Ele estava bem realmente. Ela provavelmente também. O tempo havia se
encarregado de tudo. Ela puxou uma cadeira e perguntou:<br /> <br /><i> -Tem
alguém aqui?</i></span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><br />Ele nada disse.
Apenas balançou a cabeça negativamente. Sem sorrisos, sem
expressões de alegria ou de estar confortado com a situação. Ela
cruzou as pernas e botou a bolsa sobre a mesa, onde a mão dele já
estava. Naquele momento, viu um anel. Uma aliança, ou anel de
compromisso. Era noiva. Ele já tinha passado o anel no mesmo dedo,
porém trocara para mão esquerda havia pouco tempo. Pensou em
levantar, sair dali, fugir daquilo. Responder doeria. Voltou a olhar
nos olhos dela. Respondeu sua pergunta:<br /><br /> <i>-Não, não tem
ninguém aqui.</i></span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><br />Chamou o garçom.
Apenas com um gesto. Que foi respondido com um outro aceno. O garçom
veio em direção a mesa e trouxe a bebida. Recebeu um sorriso como
agradecimento. Entregou o menu a moça, e continuou a atender as
mesas. Ela olha pra mão dele ao pegar o copo e pergunta:</span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><br /><i> - Casou?<br /> -
Sim. Faz 1 ano.<br /> - Estou noiva.</i><br /><br />Nada disse. O que diria
ele? A falta de respostas geram mais perguntas. Pelo menos tende a
ser assim. E na ausência de novas perguntas ou de novas frases, a
calmaria se instala. Ela pergunta:<br /> <br /> <i>- Não vai dizer
nada?<br /> - O que você espera que eu diga? Quer que eu a parabenize?
Que eu pergunte quem é? Perguntar se ele te faz feliz?<br /> -
Desculpa.<br /> - Relaxa... Garçom vai demorar?!<br /> - Eu te incomodo
estando aqui? </i>
</span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><i> - Não. Eu me
incomodo. <br /> - Se eu soubesse..<br /> - Não importa mais. Nada
importa mais. Há 10 anos, nada mais importa. </i><br /><br />E neste
exato momento, o garçom chega com a conta dele e com a comida pra
viagem em 2 embalagens. Ele pega a carteira e tira uma nota dizendo
que poderia ficar com o troco. Guardou a carteira. E levantou da
mesa. Pôs um óculos escuro no rosto. Sorriu secamente e ela
disse:<br /> <br /> <i>- Pensei que poderíamos almoçar juntos um dia
depois de tanto tempo e sem mágoas.<br /> - Não leva a mal, minha
mulher e filha estão em casa me esperando.</i></span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><i> - Você tem uma
filha?<br /> - Tem 3 meses. Chama-se Lisa. </i><br /><br />E partiu.
Firme, forte, com lágrimas contidas. Desistiu e parou. Deu meia
volta e disse:<br /><br /> <i>- A propósito, da sua primeira pergunta,
eu estou vivo, tenho saúde, estou financeiramente estável, tenho
uma bela família, uma filha linda e uma esposa adorável que me ama
verdadeiramente. Pra todo mundo que me pergunta esta mesma pergunta,
eu digo que estou bem. Mas sendo bem sincero, você deveria saber,
que é a única pessoa, que não poderia me fazer essa pergunta. <br />
- Por que?<br /> - Porque até hoje eu me culpo, e minto pra mim. Me
digo que só seria completo com você, o que pode parecer mentira! E
pra constar, infelizmente, a gente ama quem a gente ama, não importa
por que a gente ama. Eu te amo, só não gosto mais de você. Adeus.
</i><br /><br />
</span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">E seguiu. Lágrimas que
se contiveram caíram. Nos olhos de ambos. Torceu para que nunca mais
se encontrassem e que só lembrasse dela quando a vida passasse
diante de seus olhos. Ela aprenderia agora, e somente agora a viver
sem amor.</span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div>
<ul>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><br /></span><br />
</div>
</ul>Giba Junior "Doug"http://www.blogger.com/profile/16116412571763133327noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-695697903391024735.post-76362888830255099272012-04-15T15:57:00.001-07:002012-04-15T15:57:29.279-07:00Observados pela lua<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3vNCZCPDj5_6XNjKWY5yPo8kABQ9LajI9qu7nc664Zzxz5RMRXAIfZa6ir0gNOgwa5S3NH1ALHyKthpzjCjK6muVo7YBtc-I_KMkJEucoc3-wbMx4DsIyYMCci3wRGxxLOCB_4KltW8A/s1600/lua2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3vNCZCPDj5_6XNjKWY5yPo8kABQ9LajI9qu7nc664Zzxz5RMRXAIfZa6ir0gNOgwa5S3NH1ALHyKthpzjCjK6muVo7YBtc-I_KMkJEucoc3-wbMx4DsIyYMCci3wRGxxLOCB_4KltW8A/s320/lua2.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div align="LEFT" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Não era o
mais confortável. Nem mesmo talvez onde eles queriam estar. Se
apertavam num par de cadeiras de ônibus. Um frio do ar-condicionado,
que na noite gelada, tornaria tudo bem mais acolhedor se não fosse
tão incômodo. O vento esfriava ainda mais aqueles corpos que
deveriam estar quentes. Mas não estavam. E na tentativa inútil e
visivelmente fracassada de se aquecer, apertavam-se, o que na verdade
só os encolhia e deixava os vulneráveis a baixa temperatura. Mãos
passeavam por pernas ou trocos. Em outro momento os braços enlaçavam
os troncos. Para eles aquilo surtia efeito, embora fosse tão somente
psicológico. Em outra hora, dedos se cruzavam por entre as mãos
quando dadas, cansados e em busca de um braço, um toque. Como se o
tato fosse a visão, os dedos se viam. Ela, apertava-se num
travesseiro fino, embora macio, encostado no peito dele. Os belos
cabelos castanhos, ondulados e longos estavam soltos e tocavam a
face, e com o perfume que exalavam, perfumavam pouco a pouco a fronha
amarela lisa, com pequenos bordados. Os braços o envolviam como
pessoas que não querem de forma alguma separar. Nem queriam. As mãos
delas, ora acariciavam os poucos pelos do braço dele. Ora tocava a
bochecha com a barba perfeitamente bem feita e quando cansadas,
desciam e descansavam sobre o peito dele. Ele a abraçava como uma
criança. Segurava como a um bebê. Como se pudesse protegê-la de
tudo, mesmo sendo tão desprovido de traços físicos de um
brutamonte. Envolvia por trás do travesseiro e os dedos dele que não
brincavam com sua mão, tocavam sua face, afastando da testa e dos
olhos dela os cabelos. E lá estavam, num silêncio absoluto. Um
sossego dos outros passageiros que eram figurantes. Dormiam, muito
provavelmente. Ela tentava dormir, ele olhava pra lua cheia. Suspirou
de leve, mas profundo, ela abriu os olhos. Ele com sua péssima visão
periférica conseguiu perceber o movimento lento dos olhos dela. Ela
sorriu. Ele apenas piscou. Ele falou:</div>
<div align="LEFT" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div align="LEFT" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="LEFT" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
- A lua tá
linda.<br /> - Tá mesmo.</div>
<div align="LEFT" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />E ela
voltou aos seus braços. Ele estava sério. Talvez frio. Se encaram.
Ela o viu. Ele a enxergou. Ela queria entender porque aquela
expressão séria. Então perguntou:<br /> </div>
<div align="LEFT" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="LEFT" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
- O que
foi?<br /> - Nada.<br /> - Tem certeza?<br /><br />
</div>
<div align="LEFT" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Apenas
balançou a cabeça. Sorriu depois. Um dia ela entenderia que naquele
momento ele estava bem. Sentia como um garoto de dez anos novamente.
Nada importava. Nada mesmo. O frio não o incomodava mais. Ele estava
exatamente onde ele queria estar. Sentindo o que ele queria sentir de
novo. As borboletas no estômago. Palpitando o coração. Olhava com
a profundidade de uma fossa abissal no meio do oceano Pacífico. Ela
respondia o olhar, porém não entendia o “Nada” proferido por
ele. Mas olhava o. Até com mais exatidão, porque ele tava iluminado
pelo reflexo da lua. Ele tomou a pela nuca e tornaram a se beijar.
Talvez todo aquele “Nada” começasse a fazer sentido. Pra ele já
tinha sentido. Muito antes, muito antes. Ela entendeu, ele,
finalmente, redescobriu a Paixão. <br /><br />Patrícia Rossiter
Obrigado pela ajuda geográfica na parte da Fossa Abissal.<br />Tati e Bené também.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>Giba Junior "Doug"http://www.blogger.com/profile/16116412571763133327noreply@blogger.com14tag:blogger.com,1999:blog-695697903391024735.post-30596881668626394712012-03-31T11:43:00.003-07:002012-03-31T11:46:54.722-07:00Nudez<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRvzjF2gk8LK8LqQInCD7i_BbePdw5SIj1i4qPBUdlE2_b2jzQ-HtFA7vyRaD62jWsN8_BT2kj8Vjxcn-D1fH2Exwe6W_mkJ6gEZiPNHUsnZVOMrXptkIQf4qylXMMDk6NG_Vu7mydfV4/s1600/casal_tumblr_li5ixyaexl1qa0byao1_500_large_weheartit_large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="238" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRvzjF2gk8LK8LqQInCD7i_BbePdw5SIj1i4qPBUdlE2_b2jzQ-HtFA7vyRaD62jWsN8_BT2kj8Vjxcn-D1fH2Exwe6W_mkJ6gEZiPNHUsnZVOMrXptkIQf4qylXMMDk6NG_Vu7mydfV4/s320/casal_tumblr_li5ixyaexl1qa0byao1_500_large_weheartit_large.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.25cm;">
O
lugar não seria sagrado, nem poderia ser. O que eles acabavam de ter
feito não poderia ser jamais considerado como sagrado. Tampouco
profano. Não poderia ser profano. Era apenas um meio termo, não
adjetivado. E se olhavam enfadados, exauridos. Ela com um olhar de
felicidade, aliviada. Ele com uma cara de bobo, apenas contemplando
tudo que de belo havia. E deitaram-se lado a lado. Sorrisos
estampados. Belos dentes a mostra. A respiração ofegante diminuía
sua velocidade e se normalizava aos poucos. Lentamente, com uma calma
de quem já não tinha mais pressa. Corpos ainda suados brilhavam.
Cor de jambo. E continuavam a se olhar, profundamente. O silêncio
não ousava dizer nada. Os lábios mantiveram-se intactos. Talvez a
língua tocasse o céu das bocas. Talvez estivesse tão ofegante
quanto os corpos. E tão somente se olhavam. O olhar dela não fixava
um ponto. Vivos como eram os olhos dela não conseguiriam se conter.
E olhava-o nos olhos negros opacos, nos lábios rosados e murchos e
nos dentes brevemente escondidos e perfeitamente perfilados, ainda
que amarelados. Já ele olhava apenas para os olhos dela. Não
piscava, nem muito menos mudava a direção do olhar. Apenas admirava
os olhos dela que sempre se encontravam timidamente abertos porque
eram miúdos. Ele não saberia dizer a cor dos olhos miúdos. Não
buscaria saber. Não. Não conseguiria encontrar uma cor para os
olhos dela por mais escuros que pudessem parecer, pois apenas os
pontinhos menores ele seguia. Eram vivos. Intensos. Sempre ouvira
dizer que os olhos são o espelho da alma, e para ele, isso se
tornava verdade naquele exato momento. Uma alma sorridente. E feliz.
E frágil. E afável. Era assim. Ele cobriu corpo. A anatomia crua
voltava a atingir o pudor que ainda tinha. E cobriu os sexos enquanto
ela se contorcia e acaricia com as mãos quentes os braços.
Esfrega-os contra as mãos na tentativa de se aquecer. Ele ainda
observa os olhos dela. Ela desiste e se cobre também. Deixa apenas
os seios a mostra. Olha-o com cara de quem quer perder o pudor
novamente e ri. Maliciosamente. Ele ignora. Continua com sua cara de
bobo. Ela fica desconsertada e pensa em ensaiar uma frase.
Perguntaria, pediria uma pausa ou demandaria uma justificativa para
aquele olhar. Ao invés disso ela estica o pescoço e o beija na
face. Segue beijando até a boca onde entrelaçam as línguas.
Docemente, acanhadas. A maneira que ele gostava. Romântico. Ela não.
Sensual. O silêncio não poderia ser quebrado. Na verdade, não
deveria, pois seria destruído. Antes ela sorri. Ele olha agora seu
sorriso. Ela diz:<br /><span style="text-indent: 1.25cm;"><br />- Tá pensando no quê?</span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
- Se devo ou não
dizer uma coisa.<br />
- Que coisa.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
- Futilidade!<br />
- E
por que não diz?<br />
<br />
Ele hesita na resposta. Sempre direto, agora se
via sem palavras, ainda fitando-a nos olhos, mas ele continuou.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
- Porque é fútil!</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
- Ah, poupa-me!</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
- É que...</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
- Fala logo!</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
- Eu tava pensando em
dizer que te amo, mas você pensaria que é porque a gente acabou de
transar, e você diria que estou dizendo isso porque acabamos de..</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
- Besta... Você é um
besta. E só me ama porque acabamos de nos divertir.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
- Não foi divertido!</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
- Como assim? Claro
que foi!</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
- Foi fantástico. Eu
amo você e não é por isso.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
- Me responde uma
coisa... Na verdade, me jura?!</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
- O que quiser minha
linda</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
- Tu vai sempre me
tratar assim? </div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
- Assim como?</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
- Sempre que
terminarmos de fazer coisas erradas, vai deitar do meu lado, me olhar
com essa cara de adolescente apaixonado, me fitar nos olhos, me
deixar encostar no teu peito, fazer carinho no rosto... – um breve
suspiro, acompanhado de um sorriso, e ela continuou – acariciar
meus cabelos, cobrir meu corpo, beijar a minha testa, me sorrir e
pateticamente me dizer que me ama... Você vai sempre ser assim? </div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
O silêncio perdurou
alguns segundos. Como romântico que era, deixou as palavras marcarem
aquele momento. E marcariam. Pensou no que responder, e hesitou entre
as respostas. Não, aquilo não merecia nem uma mentira, nem uma
verdade que pudera ser dolorosa. Ensaiou na cabeça diálogos,
monólogos, viajou em pensamentos que iam de Shakespeare até
escritores baratos de livros melosos. E disse, não antes de proferir
alguns sons, ruídos, onomatopéias:</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
- E se eu disser que
te amo, essa resposta, por algum acaso responderia sua pergunta?</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
- Você vai ser sempre
ser assim?</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
- Eu te amo, antes,
agora, depois... até no dia em que você me deixar...<br />
<span style="text-indent: 1.25cm;"><br /></span><br />
<span style="text-indent: 1.25cm;">E
levantou da cama, afastando ela do seu peito suavemente. Vestiu a
roupa encontrada no chão, espalhada entre outras roupas.
Encaminhou-se até o guarda roupas que tinha a porta já aberta.
Pegou um pequeno bloco de notas. Folheou até encontrar o que
desejava. Antes de lê-lo perguntou:</span><br />
<span style="text-indent: 1.25cm;"><br /></span><br />
<span style="text-indent: 1.25cm;">-
Você me ama? - Antes que ela o respondesse, ele antecipou-se e disse
– Não quero saber. Você me faz feliz. E eu te faço feliz hoje...
– pegou a folhinha e arrancou do bloco de notas – jogando em cima
da cama – e você me faz feliz hoje...</span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
Ela lentamente, com o
lençol envolto entre os braços, segurando os seios, esticou-se e
pegou o bilhete. No pedaço de papel tinha escrito: “Filme: Closer.
‘Te divirto, mas te canso.’” . Ela disse:</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
- Eu te canso?</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
- Eu te canso. Mas eu
te amo. E eu prometo que enquanto eu estiver com você, eu serei
assim, tolo, apaixonado, amante convicto do tempo e do amor.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
E o silêncio se
instaurou. Ela tentou falar, mas ele pôs o dedo sobre os seus lábios
e em seguida a beijou. Em seguida a abraçou. Tudo ficaria eternizado
na cabeça dele. E ele fora assim. Amou-a durante o tempo que
estiveram juntos. Até o dia que ela a deixou. Mesmo depois. Chegou a
admitir para si que tinha chegado à humildade máxima que um homem
pode chegar, e realmente o tinha feito. Ele precisava dela pra
existir. Teve que reaprender com o tempo a viver, a pensar, e
posteriormente a amar. E jamais quebrou a promessa dele, nem perdera
o brilho dos olhos a cada vez que a via sorrir. Por fim, achou que só
ele teria amado. E tão somente talvez, só ele realmente o tinha. E
não precisou mais utilizar as palavras pra descrever o amor. Naquele
momento, descobriu que poucos tinham aquele dom. Ele tinha.</div>Giba Junior "Doug"http://www.blogger.com/profile/16116412571763133327noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-695697903391024735.post-91282551508697805002012-02-19T10:50:00.004-08:002012-02-19T10:54:20.795-08:00Acorda Recife, acorda... (Galo)<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQ3jr7hbrrNQ6YkMY_F09CuSScG5oOax_ZNwGnBLAvDvyhhNUSHtME47zhsHfDgnUqhj5itkS5A844n7YJHNdD2cdGkHcnqUsvPlSyGADYE5rt6IhnqNbJlVEayOtPbaYAF_VMjgQXKFM/s1600/galo_RodrigoLobo_JCImagens_600.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 214px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQ3jr7hbrrNQ6YkMY_F09CuSScG5oOax_ZNwGnBLAvDvyhhNUSHtME47zhsHfDgnUqhj5itkS5A844n7YJHNdD2cdGkHcnqUsvPlSyGADYE5rt6IhnqNbJlVEayOtPbaYAF_VMjgQXKFM/s320/galo_RodrigoLobo_JCImagens_600.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5710921231686386226" /></a><br /><p class="western" align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm">Acordo 9:30. Levanto meia hora depois. Não tenho planos. Não para aquela manhã e tarde. Era sábado. Sábado de Zé Pereira. Não, sábado de Zé Pereira não. Sábado de Galo. Havia esquecido deste detalhe. Vou tomar café. Apenas eu e a gata de pé. A coroa já estava lá. Meu pai, trabalhando. Minha irmã dormia. E como dormia. Como lentamente e tenho a ideia de ligar a televisão. Ociosamente mudo de canal. Até que ou na tribuna ou na TV jornal, tudo que passa é sobre o carnaval. São Pedro não dava trégua. Chovia como no inverno, águas de Março, em pleno fevereiro. Assisto, vejo na telinha de 32 polegadas as figuras exóticas, fantasiadas, travestidas, maquiadas e flutuantes. Sem mais adjetivos, porque adjetivos de nada serviriam. E eu. A tela parecia pequena. Cada vez menor. E passam os artistas, os trios, os ídolos. Não, não eram heróis, eram ídolos de uma massa que parecia menor por causa da chuva mas tão somente parecia. Uma lágrima desce lentamente o meu rosto. Minha irmã levanta. E me olha antes de ir ao banheiro. Quando ela volta eu grito. Na verdade explodo uma frase: “Eu não consigo ficar em casa no dia do Galo, eu vou!”. E ela disse que pensaria. Recebi apoio na internet. Não posso faltar uma terceira vez. Não com a saúde que eu estou e nem com a proximidade que eu estou*. Lembro me de uma frase que li num livro que dizia “Eu sou povo.” – fazendo referência a Getúlio Vargas, e o motivo de votar nele** – e naquele momento eu era o povo. Não, não poderia ficar em casa. Não conseguiria ficar apenas olhando por uma telinha. É real, existe, tá lá. No meu lindo e mesmo que fétido Recife. E fui, e minha irmã também. E Priscila me ligou, e foi também. E é assim. Irracionalmente sou atraído como um polo de um imã. Porque eu mesmo não saberia explicar como alguém em sã consciência troca o conforto da sua casa, com comida, banheiro e abrigo pra ir pro meio de uma multidão, arriscado a sofrer entre as brigas, levar chuva, ser apertado quando passa um trio, sofrer pisões no pé, gastar dinheiro entre tantos outros reveses. Mas tudo isto fez sentido quando cheguei lá. Tenho o sangue de folião da minha mãe nas minhas veias. E mesmo que racional, eu não consigo explicar com palavras o arrepio que me deu ao ouvir “Frevo mulher”. Sim, até minha irmã falou que os pelos da minha face e da minha barba inexistente se levantaram. E se o amor é inexplicável, Galo eu te amo. Se valeu a pena?! Sem comentários.</p> <p class="western" align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm"><br /></p> <p class="western" align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm">*Perdi o galo apenas 2 vezes. Uma por doença e outra por estar em Genebra.</p> <p class="western" align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm">** Livro de Arnaldo Jabor, “Amor é prosa, sexo é poesia” trecho que o avô dele explica o motivo de votar em Getúlio Vargas utilizando a frase: <span><span style="font-size: 13pt">"No Getúlio, seu Arnaldinho... ele gosta do povo e eu sou povo."</span></span></p>Giba Junior "Doug"http://www.blogger.com/profile/16116412571763133327noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-695697903391024735.post-87034659918697168272012-01-28T18:22:00.000-08:002012-01-28T18:28:17.716-08:00Velhas crônicas, Não postadas! N° 2<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3lvPRrsoY9l0wNVjRRsfBg5Ns3NQWhzmHQ5MTFTtB5CXx-qtCxoL_kfzj3yiDiuWqkx3Qbt_a6r3ETPtQgEzN8V70MIj2ZH8opio62POZQuwYvxtZQkLT_umGsKPwuDx-A08AXjY-YEI/s1600/cora%25C3%25A7%25C3%25A3o.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 297px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3lvPRrsoY9l0wNVjRRsfBg5Ns3NQWhzmHQ5MTFTtB5CXx-qtCxoL_kfzj3yiDiuWqkx3Qbt_a6r3ETPtQgEzN8V70MIj2ZH8opio62POZQuwYvxtZQkLT_umGsKPwuDx-A08AXjY-YEI/s320/cora%25C3%25A7%25C3%25A3o.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5702874878278506722" /></a><br /><p class="western" align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm">O amor...ou a falta dele...Cansado de escutar pagodes, de chorar lágrimas, de sofrer em pensamentos que não saem de minha cabeça. Paro então para escrever. Sobre o tema que mais gostava ou que mais gosto de falar. Sobre aquele que guia a humanidade, e talvez o único que ainda possa salvá-la desta destruição eminente. Até pareço estar amando. Não. É justamente por isso que estou escrevendo. Passada a raiva e após o baque que sofri, consigo juntar os cacos e unir algumas ideias ligadas talvez sem nenhuma coesão neste texto bastante ignóbil. O amor. Sentimento de merda este. Pode te levar as nuvens, mas se você o perde por um instante inesperado, você pode se afundar no mais puro inferno. Certo dia tava discutindo o amor com crianças de oitava série numa aula de redação. Tentava mostrar um tema complexo e ao mesmo tempo problemático. As ideias de amor daqueles adolescentes não estavam de todo errado. E o meu Niilismo não me permitia corrigir eles. Alguns pensam como eu pensei, outros como penso agora. Se é que penso agora. A verdade é que quase ninguém mais acredita nisso e eu estou me juntando a este grupo. Ou pelo menos estou sendo levado a acreditar que tudo aquilo que idealizei se transformou em um sentimento que beira a raiva ou que simplesmente inexiste. Talvez esteja mais uma vez enganado quanto a sua existência. Talvez exista. Aí eu me pergunto então sobre o que senti. Era real? O erro sou eu? Devo eu acreditar no que todos dizem? No amor de 4 edições de caras? A pergunta que me vem a cabeça é a de por que eu deveria me importar. <span style="text-align: left; ">E eu ainda me importo. Porque sem o amor, somos só, e tão somente, animais.</span></p><p class="western" align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm"><span style="text-align: left; ">23/04/2011</span></p><p class="western" style="margin-bottom: 0cm"><br />P.S: Curado, por isso resolvi postar.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm"><br /></p>Giba Junior "Doug"http://www.blogger.com/profile/16116412571763133327noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-695697903391024735.post-53925972587100043692012-01-24T13:37:00.000-08:002012-01-24T13:40:23.063-08:00Abutres e joão-de-barro<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglGRfnPcYKC9aO-zAmEeWNV4iugAx2vsi1Wg6KKcEPOfh2M2rcKX06ng2a1x3f13b3dbrbdfMSkbzj2a6p2bCuwoHaDKmqIkp-gG4JF13S7EP9JfC7sCtmvyrOePdWXbL_j8b7uau5ims/s1600/11-4d9baa1415.jpg"><img style="text-align: justify;display: block; margin-top: 0px; margin-right: auto; margin-bottom: 10px; margin-left: auto; cursor: pointer; width: 320px; height: 293px; " src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglGRfnPcYKC9aO-zAmEeWNV4iugAx2vsi1Wg6KKcEPOfh2M2rcKX06ng2a1x3f13b3dbrbdfMSkbzj2a6p2bCuwoHaDKmqIkp-gG4JF13S7EP9JfC7sCtmvyrOePdWXbL_j8b7uau5ims/s320/11-4d9baa1415.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5701316592684651490" /></a><div style="text-align: justify;"><br /></div><p class="western" align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm">Amor, amorzinho, amor lindo, meu lindo, my sweet love, amore, meu anjo, minha estrelinha. Cada uma delas te chamou de alguma coisa. Te tornou especial em uma palavra. E cada vez que alguém comum chamar você desta palavra, ou simplesmente a cada vez que uma destas palavras forem entoadas da mesma maneira por alguém, você vai lembrar delas. Elas te fizeram juras, eternizaram momentos e deixaram lembranças. Lembranças agradáveis. Nada mais que isso. Te deram prazer, te enfeitiçaram e no fim partiram. Partiram sós, sem medo, sem receio, sem um adeus adequado. Se é que há algum tipo de adequação para despedidas. Se bem que a palavra despedida não tem o seu valor adequado. Utilizaria ela quando soubesse que as veria novamente. Não é o caso. Não porque eu não queira, embora em alguns casos eu não queira. De qualquer forma já faz tempo que elas partiram. E quando se foram, levaram algo que as pertenceu de alguma forma. O meu coração. Claro, o ideograma do meu coração. Aquele desenho tolo que invertido parece duas nádegas. Mas não levaram por inteiro. Levaram apenas um belo pedaço. Alguns maiores outros menores. Penso até que em certos furtos da massa imaginária do meu coração, jamais vão ser recuperados. É como se tivesse perdido um pouquinho dele, pra sempre. Até o ciclo começar novamente. Até você idealizar um ser tão imperfeito quanto você, e só porque ele te faz se sentir excitado, ou acelera seus batimentos cardíacos, você resolve colocar seu dilacerado órgão a mostra novamente. Para talvez um abutre levar ou quem sabe, um joão de barro construir uma casinha, para jamais deixar que outros abutres levem mais pedaços. Pena que os abutres são a maioria. E por mais que se erre, tente se consertar, os abutres não tem sentimentos (eles tem mas já são miúdos, ou cansados de outros abutres do mesmo sexo que o meu). Apenas te farão lembrar de momentos, que jamais sairão da sua cabeça, como a forma que uma delas mordia seu lábio suavemente ao te beijar, como uma delas te olhava depois de um primeiro beijo sabendo que te desconsertava, outra te olhava implorando um contato mais caliente depois de um abraço que implorava proteção, um simples andar de mãos dadas com gélidos dedos que se mexiam em busca de atenção para um carinho ou uma delas protegendo do sol os olhos já encolhidos por natureza depois de te sorrir mostrando o principal cartão de visitas que te enfeitiçou um dia. Preciso de um joão de barro. Antes que eu me torne um abutre, ou antes que eu deixe de ser um simples e mero joão de barro.</p><p class="western" align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm"><br /></p><p class="western" align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm"><br /></p> <p class="western" align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm"><br /></p>Giba Junior "Doug"http://www.blogger.com/profile/16116412571763133327noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-695697903391024735.post-47449838576135158532012-01-15T17:01:00.000-08:002020-06-08T14:31:58.174-07:00Promessas, lágrimas, silêncio... e amor.<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Sentado na cadeira. Decidiu ir deitar, depois de horas perdendo o seu tempo ,nem tão valioso, mas desperdiçado, na internet. Levantou-se, e saía do quarto para ir beber água antes de dormir. O telefone toca. Ele atende.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
-Alô!<br />- Amor?!<br />- Oi, amor.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
- Não sabes o que aconteceu.. Lembra de Carlos?</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
- Carlos?!</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
- É, aquele, no dia do cinema.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
- Qual dia do cinema?!</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
- O namorado da minha prima!</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
- Sim, sei – ainda tentando associar nome a pessoa – sim.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
- Pronto, amor, acabei de receber a notícia que ele morreu, tô tão triste.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Ele continuou frio. A morte do rapaz não significava tanto pra ele. Tanto que ficou estático e demorou a responder. E quando respondeu foi seco. </div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
- Morreu de quê?</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
- Tu acredita que ele teve um infarto?</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
- Sério?<br />- Sim...tava em casa, foi tomar um banho, começou a demorar, quando a mãe tentou chamá-lo, não teve resposta e abriu a porta... ele tava estirado no chão.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
- Caramba..</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
- Pois é, e só tinha 19 anos. Melissa tá arrasada. Eu vou ligar pra ela pra tentar acalmá-la. </div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
- Liga mesmo, amor.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
- Vou ligar.. Só 19 anos, praticava Jiu-jitsu, menino bom, tu não tás tão chocado...</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
- Pois é, eu só o vi uma vez. Não éramos nem amigos só o conhecia.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
- Mesmo assim, amor.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
- Enfim, ele fumava?</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
- Pouco, Melissa conseguiu fazer com que ele parasse mas ele fumava escondido. E bebia. Melissa soube que uma vez ele cheirou loló e é um perigo porque pode infartar.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
- Verdade. Loló pode acelerar os batimentos cardíacos.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
- É... Melissa disse que ele tava suado passando mal e chegou a desmaiar uma vez.. e jurou que iria parar. </div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
- Será que ele ainda usava?</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
- Não sei, mas os exames póstumos vão confirmar..</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
- Hum.. sei.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
- Enfim.. Vou desligar, beijos.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
E assim a conversa terminou. Ela ligou pra prima, com todo o zelo e atenção. Ele manteve-se normal, tentando lembrar mais do rapaz, pra ver se conseguiria sentir um pouco de remorso ou tristeza que não havia. E foi deitar, refletindo sobre a morte prematura, e todo o seu poursuivre.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Pensava na dor dos parentes e o que aconteceria depois. E parava de pensar e foi dormir. Quando já cochilava o telefone toca. Do outro lado ela. Chorando.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
- Amor?!</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
- Oi, amor, que voz é essa? Tá chorando?</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
- Amor, me promete uma coisa?</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
- O quê? Por que tu tá chorando? Calma, amor...</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
- Promete que não vai me deixar, que não vai ficar doente, que não vai morrer logo e assim?</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Ela chorava copiosamente. Estranho a sensação de querer dizer que vai ficar tudo bem e saber que o destino pode ser impiedoso com qualquer um de nós. E ela continuou.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
- Promete que nunca vai fumar essas drogas, maconha, nem cheirar loló, eu te amo tanto..</div>
<ul> <ul> <div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
</div>
</ul>
</ul>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Não tinha o que responder. O silêncio durou alguns segundos antes de ser quebrado por ela novamente. </div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
- Promete, amor... Promete que não vai morrer!</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
- Eu não pretendo, amor.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
- Promete pra mim que não vai me deixar, por favor! E que não vai fumar maconha, nem cheirar loló..</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
- Eu... prometo. Também prometo te amar para todo o sempre..</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
E ouvia-se as lágrimas e os soluços decorrentes do choro. Que iria quebrando o a falta de palavras e tomando os créditos da ligação. O silêncio não ousava dizer nada, mas naquele momento era capaz de dizer muito. E ele que não acreditava no amor, utilizou a palavra amar com o verdadeiro sentido dela, com todo o seu sentido mais forte, mais real e muitas vezes mais desconhecido. E ela que já havia sofrido por amor, naquele momento pelo medo do trágico, amou, amava. Por mais que no futuro os dois pudessem inverter de papéis, um amar e a outra desamar, naquele momento o amor acontecia, por mais que se negasse, por mais que se evitasse, por maior que sejam as perdas, ou por mais arriscado e frágeis que sejam os relacionamentos modernos, eles sentiram algo em comum. Despediram-se. Ela parando de chorar, e ele começando a lacrimejar, sem que ela percebesse. Ela aliviado e ele agora exatamente o oposto de frio. Só percebiam que naquele momento, se faziam completos porque... porque, só eles sabiam o porquê!</div>
Giba Junior "Doug"http://www.blogger.com/profile/16116412571763133327noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-695697903391024735.post-65927531700430810412012-01-10T15:28:00.000-08:002012-01-10T15:31:41.321-08:00Sentidos e memórias..<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmatNT70yhaa9fXbiqEQQxg7-pWMFU0ce3ISxsgYMgVIIzDX-wwosZoUe6UKXWv_KP-E17t9tJX9aW4H3q_4yZAcutPo052NEh130Z3QihLDMuQZHLHEdpNSIJ32FB9G5q4ij5vGF3JKA/s1600/4553659.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 246px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmatNT70yhaa9fXbiqEQQxg7-pWMFU0ce3ISxsgYMgVIIzDX-wwosZoUe6UKXWv_KP-E17t9tJX9aW4H3q_4yZAcutPo052NEh130Z3QihLDMuQZHLHEdpNSIJ32FB9G5q4ij5vGF3JKA/s320/4553659.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5696150094084847586" /></a><br /><p class="western" style="margin-bottom: 0cm">Ouvi dizer que quando perdemos o nosso paladar e o nosso olfato, estamos propícios a perder algumas de nossas lembranças, e se perdemos as nossas lembranças, é como se não tivéssemos vivido aquela história. Algumas coisas, não queremos esquecer, doutras não queremos nem pensar em recordar. É fascinante, por exemplo, quando vou à praia e alguém pede ostras ao meu lado. A boca enche de água, e chego a sentir o gosto delas na minha boca, mesmo se minha língua não encosta naquele delicioso prato tipicamente praiano. A lembrança daquela especiaria se encontra nas minhas melhores recordações e é como se eu ainda pudesse sentir o sabor daquilo, mas que aos poucos fica mais remoto, mais afastado, menos claro, até o dia em que eu serei forçado à perguntar novamente “qual é o gosto disso?”. Coisas que marcam e trazem sorrisos ao seu rosto, são lembranças boas. No campo olfativo, um cheiro não me traz o sorriso fácil que tenho. Um perfume chamado “Egeo”. Era difícil sentir em outras pessoas sem lembrar de uma. E hoje, é mais um perfume. Espero que chegue logo o dia de dizer, “De quem era mesmo esse perfume?” e ficarei frustrado e talvez feliz por não atribuir a ninguém.</p>Giba Junior "Doug"http://www.blogger.com/profile/16116412571763133327noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-695697903391024735.post-8557859314049203832011-12-13T14:29:00.000-08:002011-12-13T14:32:14.983-08:00Velhas crônicas, não postadas!<p class="western" align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm"><span class="Apple-style-span" >Percepção. Adoro esta característica típica feminina. Não que os homens não tenham percepção. Admiramos apenas peitos e nádegas, que jamais passam despercebidas. Mas isso não é percepção. Embora rime com o que é. Quando falo desta habilidade, excluo os seres que exalam testosterona porque isso vai além dos 5 sentidos. Infelizmente os homens só conseguem desenvolver 5. Sempre fui fascinado por mulheres. E neste campo elas são mestres. Posso exemplificar. Aconteceram umas coisas, por estes dias, relacionadas a uma tentativa frustrada de contato com uma pessoa semi especial. Digo semi porque ela quis deixar de ser especial, porém de alguma forma ninguém consegue deixar de ser especial por completo. Não queria voltar, só gostaria que ela soubesse que ainda me importo, mas o fim disto explico depois porque não vale a pena. O contato não foi completo. Minha internet achou de cair. Pode parecer estranho, mas não fiquei emputecido. Afinal disse muito e de alguma forma aquilo me deixou mais leve. Fui dormir, com aquilo na cabeça, entretanto sem maiores frustrações. Acordo com Cazuza na cabeça. Cazuza para mim, as vezes serve para adjetivação. Naquele dia acordei meio bossa nova e meio rock'n roll. A falta de uma resposta dela não me deixava nervoso, e acredite ficaria normalmente. Naquela madrugada, pensava mais na música para dar uma aula do que em qualquer resposta negativa que com toda certeza viria (e realmente veio). Fui dar aula. Completamente estranho. Tão estranho como diria Dalto. Entrei em algumas turmas, numa delas expliquei o porque da canção “o nosso amor a gente inventa” do Cazuza. Além de render uma boa aula de sintaxe, tinha tudo relacionado ao que eu preciso. Um amor, nem que seja inventado. Entrei numa turma. A minha turma. Lá me sinto em casa, é o primeiro ano A, que tem alunos magníficos. O primeiro B também é especial. A diferença que na turma B, eu simplesmente expliquei os fatos. Na A, eu entrei na sala e uma aluna olhou nos meus olhos e antes de eu falar qualquer coisa eu a ouvir dizer que havia algo errado. Realmente havia. Que percepção fantástica. Não é a primeira vez que Yngrid fazia isso. Ela simplesmente consegue me ler, mesmo se eu não falo nada. Ela não hesitou em me perguntar, e depois de explicar a história, olhava pra ela, que chorava. Não resisti e chorei. Não pelas palavras que usei com a pessoa semi especial, não porque me arrependi ou algo do tipo. Olhar pra Yngrid e não chorar naquela situação seria ridículo. E derramei algumas lágrimas. Não consigo entender, como uma adolescente, que me conhece a pouco mais de 5 meses, sabe tanto perceber. Esse não é o verbo. Diria desvendar. Sou fechado, mas é nesses momentos que descubro que tenho um coração que ainda dita emoções que passam pelos meus olhos. E só em olhar pra mim, desvendou-me. Chegando em casa depois de acordar, já a noite recebo a doce mensagem que dizia em síntese. “Acabou. Acorda”. Descubro que também tenho percepção, assim como minha mãe e minha irmã que me abraçaram estranhamente só de me olhar um pouco mais apático do que o comum. Estranhamente porque principalmente minha irmã, não faz isso do nada. Meu pai, nem preciso dizer que a testosterona dele não permitiu perceber, mas eu o perdoo e o amo de qualquer forma, só admiro muito a quem tem percepção, talvez por isso e só por isso (mentira) eu admire as mulheres.</span></p> <p class="western" align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm"><span class="Apple-style-span" ><br /></span></p> <p class="western" align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm"><span class="Apple-style-span" >13/08/2011</span></p> <p class="western" align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm"><br /></p>Giba Junior "Doug"http://www.blogger.com/profile/16116412571763133327noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-695697903391024735.post-16643300395760476752011-10-23T07:36:00.000-07:002011-10-23T07:39:21.611-07:00Papelzinho Rosa!<p class="western" style="text-align: justify;margin-bottom: 0cm; ">Um dia roubei um livro, velho de uma biblioteca escolar, que infelizmente não é utilizada. Um livro de literatura. Na época isso nem me fascinava. Roubei porque já era professor de literatura e de alguma forma precisava aprender pra poder ensinar. Alguns devem perguntar como não gosto do literário sendo quase formado em letras. Era simples, não tinha um professor interessante de literatura, e nunca fui um bom aluno. Nem mesmo na faculdade. Felizmente tiveram trabalhos ou os professores simplesmente iam com a minha cara. Que coisa coisa boa eu pensava. Na verdade eu me iludia. Há beleza nos livros, nas histórias e hoje admiro ainda mais a forma de pensar de alguém que escreve. Não porque hoje escrevo, até porque já escrevia, porém pela beleza oculta nas palavras que para cada pessoa tem um significado especial. O fato é que roubei um livro. Demorei a tatear, a folhear, e a estudar. Tomei coragem um dia. Ao abrir, um boletim escolar. Um aluno bom em humanas e péssimo em exatas. Até aí nada fora do normal. Achei um papelzinho com um telefone, ainda havia 7 números. O nome da pessoa não estava lá. E no meio do romantismo, o capítulo é claro eis que surge um papelzinho rosa, dobrado ao meio e tímido. Tiro com uma atenção especial. Talvez pela cor chocante do rosa. Não que me atraia, mas que de alguma forma era diferente de um boletim ou de um papel que vieram juntos da mesma cor, a branca. O pedaço de folha A4 rosa, era mais ou menos um sexto da folha. Um palmo de comprimento por três míseros dedos largura, altura ou sei lá. Não aprendi matemática muito bem, exatamente igual ao menino do boletim. Abro com curiosidade aquela folha rosada que desperta de alguma forma minha curiosidade. Uma caligrafia típica de menina, bem miúda, arredondada e com traços de patricinha. A maioria das patricinhas que conheço tem uma letra parecida com essa. Vejo um pequeno rodapé e descubro que a autora se chamava Anna. Com 2 enes. No rodapé uma frase de amor, na verdade uma jura deste sentimento. Agora sim, diferente do boletim e do número telefônico, me interesso. E então começo a ler um texto simples que talvez não estivesse em “Romantismo” por acaso. Era exatamente assim (Não vou corrigir um texto tão belo):</p> <p class="western" style="text-align: justify;margin-bottom: 0cm; "><br /></p> <p class="western" style="text-align: justify;margin-bottom: 0cm; "><span class="Apple-style-span" ><b>“Aonde está você agora? Eu queria neste instante mergulhar em seus braços e abraços... Sentir o seu calor, pois só ele consegue me aquecer, e me faz esquecer que estou só, sem você. Aonde está seu corpo, pois o meu necessita de sua fragância, Queria e Quero sentir sua respiração, seu desejo, quero seus beijos para acalmar meu coração que pulsa forte, ao acreditar que você vai chegar. Vejo-o em meus pensamentos, sinto-o em minha ansiedade, choro sua ausência, sofro com esta terrível saudade, e só me resta uma pergunta: Aonde está você agora?</b></span></p> <p class="western" style="text-align: justify;margin-bottom: 0cm; "><span class="Apple-style-span" ><b><br /></b></span></p> <p class="western" style="text-align: justify;margin-bottom: 0cm; "><span class="Apple-style-span" ><b> Eu sempre vou te amar por toda a eternidade!!!</b></span></p> <p class="western" style="text-align: justify;margin-bottom: 0cm; "><span class="Apple-style-span" ><b> Anna”</b></span></p> <p class="western" style="text-align: justify;margin-bottom: 0cm; "><br /></p> <p class="western" style="text-align: justify;margin-bottom: 0cm; ">Ao ler o texto, me indaguei duas coisas. Será que ela realmente o amou pra toda a eternidade? Será que esse cara é real? De qualquer forma espero que a Anna não tenha quebrado a cara. Porque as pessoas que escrevem textos deste tipo, sem outras palavras, amam verdadeiramente. Espero que ela não tenha inventado mais amores, do tipo Cazuza quando diz que “o nosso amor a gente inventa”. Amores criados são legais, mas não chegam aos pés dos amores platônicos. Esses talvez por serem mais puros e inatingíveis, sejam mais amor. Procuro um novo amor platônico, enquanto não vem, vou criando.</p> <p class="western" style="text-align: justify;margin-bottom: 0cm; "><br /></p>Giba Junior "Doug"http://www.blogger.com/profile/16116412571763133327noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-695697903391024735.post-1974602585436947692011-08-26T10:59:00.000-07:002011-08-26T11:00:39.017-07:00Introduções ao amor..Parte 1<p class="western" style="text-align: justify;margin-bottom: 0cm; ">Era uma vez não. Isso realmente me aconteceu. Não me lembro exatamente e tão pouco com palavras exatas o ocorrido. Era muito guri,pirralho, moleque. Na época que era feliz, mesmo parecendo um autista diferente das outras crianças super agitadas daquele meu colégio. O ano era 1998, estava na terceira série (ou quarto ano como dizem hoje). Foi a primeira ideia que tive de relacionamento ou de amor, mesmo que de uma forma deturpada e totalmente incompreendida por um ser da minha idade naquele momento. Lembro me que parecia um dia normal, e realmente era. Nada naqueles dias fugia a uma realidade distante ou que comprometesse o curso da minha vida. Estava comendo as coxinhas caseiras que minha mãe me fazia de lanche para levar para a escola. De repente Marília se aproxima. Marília era a menina mais bonita da sala. Eu não a via assim. Aliás não pensava nisso nem de longe. Ela era simpática e sorridente. Sentou se ao meu lado e perguntou como quem quer alguma coisa se eu tava bem. Respondi que sim e ela retrucou que gostaria de falar comigo uma coisa séria lá em baixo e que não podia ser na frente da professora. Temi que tivesse feito alguma coisa mesmo assim disse que quando a visse lá em baixo eu falaria com ela. Ela saiu com um sorriso no rosto e foi pra perto de Renata. As duas cochicharam e eu inocentemente continuei a comer as deliciosas coxinhas. Horas depois o sinal toca. Desço e avisto Marília. Ela ri e olha se não tem ninguém perto. Não entendo, tampouco pergunto, apenas aguardo. Ela diz: “Renata mandou perguntar se tu quer namorar com ela, sendo que ela tá com vergonha.”. Um pequeno ser indefeso e despreparado fica agora chocado. Meus olhos que sempre foram tão miúdos arregalaram de uma forma que ela riu. Ela perguntou se eu tava bem e me explicou que só tinha eu e Felipe de bonito na nossa sala e que Felipe era muito tabacudo e Renata gostava de mim porque eu era mais sério e menos “menino” que os outros. Eu na realidade era o mais menino o mais ingênuo, mas o menino que elas tinham em mente era mais a ideia de centrado e menos bagunceiro que os outros. Naquela época (como as coisas mudaram) as palavras que ela utilizou foram mais ou menos essas. Não houveram gírias e nem malícia nas palavras ditas por Marília. Além disso houve um desconserto e uma resposta completamente ignóbil de minha parte. Eu disse que precisava pensar. Ela disse que tudo bem e que dissesse a ela mesma amanhã (Era quinta, traria a resposta na sexta e só veria minha nova futura namorada na segunda) já que Renata só viria segunda (acho que por vergonha tadinha!). Fui pra casa. Em vez de ir chutando pedrinhas como sempre fazia me dirigi em silêncio esboçando um sorriso e ao mesmo tempo erguendo as sobrancelhas pensativo. </p>Giba Junior "Doug"http://www.blogger.com/profile/16116412571763133327noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-695697903391024735.post-20159879997146036082011-08-18T09:44:00.000-07:002011-08-18T09:47:32.641-07:00Anderson Bomba e Violência!<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLAut_RdyElPJEbKZKMt0SR_QgqwISSfD5TthktRLzuZkh-9YfUMrYF3JTzpnIMnvMTAkPApszPY2UHXHNwTfVnHMQlJD8B5u3BH7ClTQrlDhCffq_Vx01xMoSgePDtldsvgjOL49BjyM/s1600/PQAAAN164Rc9Ig3BGiBinhQDNBxuAeD5nuXe56twU4ayCgSbAtcn3HdELQpbdT40OyjqxJRAmdfUspyci8981Rf52TcAm1T1UB2f8UXwxd7PB6CgXrYYZIebyuod.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 216px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLAut_RdyElPJEbKZKMt0SR_QgqwISSfD5TthktRLzuZkh-9YfUMrYF3JTzpnIMnvMTAkPApszPY2UHXHNwTfVnHMQlJD8B5u3BH7ClTQrlDhCffq_Vx01xMoSgePDtldsvgjOL49BjyM/s320/PQAAAN164Rc9Ig3BGiBinhQDNBxuAeD5nuXe56twU4ayCgSbAtcn3HdELQpbdT40OyjqxJRAmdfUspyci8981Rf52TcAm1T1UB2f8UXwxd7PB6CgXrYYZIebyuod.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5642238600251329298" border="0" /></a>
<br /><p class="western" style="margin-bottom: 0cm; color: rgb(255, 255, 255); text-align: justify;">Hoje estou vestindo preto. Hoje as pessoas da faculdade estão vestindo preto. Eu até gosto de roupas pretas. Elas tem uma elegância ímpar. Aleatoriamente, abri meu guarda-roupas e peguei uma camisa. Era preta, com o nome da cidade de Budapeste. Saí e fui dar aula. Dia estressante e numa discussão quase peço demissão. Acho justo discutir educação com aluno, mas aquela conversa que entrou em política e em sistema, tava alterando o meu humor que já não estava tão feliz, depois de dar uma senhora bronca na sétima série. Passada a raiva e a vontade de pedir demissão vim para casa. Como de costume, desabafei com meus pais que me deram compreensão e até passaram a mão na minha cabeça dizendo: bote pra fuder. Geralmente sou paciente e até pareço presunçoso e arrogante. Não gosto de discutir com pessoas que gritam, e nem que não tem o menor domínio do assunto que falam. Levei a discussão porque acredito na educação. Pelo menos ainda acredito. Depois da conversa com meus pais, venho eu ao computador. Ao entrar no facebook, uma notícia me choca mais do que o comum. A morte de um colega de faculdade, o sempre brincalhão e alegre Anderson Bomba. Eu conhecia este rapaz apenas de vista, conversas boêmias, dúvidas sobre DA e festas em Flavinha. Ele fazia matemática e era mais próximo do meu grande amigo de infância Josemir Carvalho. Talvez a morte dele não fizesse tão mal, porém um dia conheci a história deste verdadeiro guerreiro. Se resume brevemente em ser abandonado ainda criança na avenida Paulista, vir pra Recife de alguma forma, vender pulseirinha e chapéu de time em estádios, passar em matemática num vestibular e trabalhar dignamente de cobrador de coletivos para ganhar a vida. Reagindo a um assalto, foi baleado e acaba falecendo. Se pensarmos friamente em educação agora, poderemos deduzir que Anderson, poderia ter se tornado um dos caras que atirou nele. Felizmente ele escolheu estudar. Infelizmente outro preferiu roubar. Não acredito muito em justiça divina e também acredito que esse cara no meio da marginalidade não vá durar muito tempo. Talvez o bandido criado pelo sistema dure um pouco mais do que o nosso guerreiro. Mas sua hora há de vir. Não consigo ter ódio do bandido. Odeio o sistema que criamos, que vez ou outra pune inocentes, através dos monstros que ele próprio cria. Volto hoje ao colégio mais uma vez de preto. Depois de ter ido na terça à faculdade de preto, não só eu, mas quase todos os que o conheciam. E se na simbologia da nossa sociedade o preto é a cor do luto, Bomba merece essa mínima homenagem. Talvez o mínimo que eu ainda posso fazer pelo sistema, seja convencer alguns alunos meus de que estudar ainda é o melhor caminho. Ou talvez a nossa única salvação. Obrigado pelo exemplo Bomba. Descanse em paz mais uma vez!</p> Giba Junior "Doug"http://www.blogger.com/profile/16116412571763133327noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-695697903391024735.post-64470682675352332482011-08-16T13:19:00.000-07:002011-08-16T13:23:57.235-07:00Lição de Pai!<div style="text-align: justify;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjViqb4RDZfEKjtgUmaX8TNtGbLNSr3119aVwGcd-p5iA3pMmHS7KGTM9gIjE0Q-fgq2ucqkkQQTdG2ayifHPnMK6roFrWUE2xUGsb9Tk8MeNZ00T5fQyNkzEEGuzGxkc5fZjqnvnlkq74/s1600/DSCN8811.JPG"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjViqb4RDZfEKjtgUmaX8TNtGbLNSr3119aVwGcd-p5iA3pMmHS7KGTM9gIjE0Q-fgq2ucqkkQQTdG2ayifHPnMK6roFrWUE2xUGsb9Tk8MeNZ00T5fQyNkzEEGuzGxkc5fZjqnvnlkq74/s320/DSCN8811.JPG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5641551950165046786" border="0" /></a>
<br /></div><p class="western" style="margin-bottom: 0cm; color: rgb(255, 255, 255); text-align: justify;">Dia 14 de agosto de 2011, Segundo domingo de agosto. Dia dos pais. Data especial. Aprendizado do dia, pelo meu maior ídolo. Tinha me programado pra dar aula, substituir um amigo meu no Prevupe que iria fazer uma prova. Quando aceitei não tinha refletido que era dia dos pais. Mas aceitei. Depois que tinha feito a merda pensei: Porra e meu pai. Fui perguntar a ele, ainda havia muito tempo para voltar atrás e não me sujar com o meu amigo. O dinheiro é bom, mas meu pai sempre será mais. Porém ele me disse uma coisa quando eu perguntei se ele se importava: “Vai ganhar teu dinheiro, tu tás liso e depois nós jantamos juntos.” Eu vi que ele não brincava e certamente não ficaria chateado se eu fosse. Ele ainda frisou: “Fora que tu já aceitou o convite, fica feio voltar atrás”. Isso já serviria de lição pra uma mensagem de dia dos pais mas o meu herói, não parou por aí. Hoje, dia 14, fui dar a aula e por sorte, larguei mais cedo. Chego em casa, louco, correndo, ainda torcendo pra que ele se animasse pra almoçar fora, como numa surpresa seria bem legal. Quando abro a porta, a dose do seu Red Label já está servida num copo enquanto ele corta um pedaço de linguiça de frango. Observa-me entrar e antes que eu fale qualquer coisa ele pergunta: “Visse o que fizeram no meu lado do carro?” Respondi negativamente tentando me livrar da bolsa pesada e já com olho na linguiça. Ele falou que tava destruído. Eu perguntei se ele bateu em alguma coisa. E ele respondeu: “ Bateram em mim.” O carro já está vendido. Ele vai ter um belo prejuízo. Mas ele sorri enquanto fala e completa o pensamento: “Prejuízo da porra.”. Eu fico triste ainda sem ver a batida. Ele me explica o ocorrido. Penso alto e digo, poxa e fudeu meus planos para o meu aniversário, ele revoltado com minha exclamação diz: “Quem disse? Sábado está confirmadíssimo. Aqui em casa, seus tios, alguns amigos se quiser chamar. Não sei se vamos sair, mas festa vai ter.”</p><div style="text-align: justify;"> </div><p class="western" style="margin-bottom: 0cm; color: rgb(255, 255, 255); text-align: justify;">O carro já era, talvez pizza com os amigos broche, mas meu pai me ensinou uma coisa. Festa é festa. E não devemos reclamar mais da vida, a menos que seja entre segunda e sexta-feira. Feliz dia dos pais meu velho!</p> Giba Junior "Doug"http://www.blogger.com/profile/16116412571763133327noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-695697903391024735.post-27739145892167008212011-07-24T11:19:00.000-07:002011-07-24T11:22:33.684-07:00Besteiras do FB!<div style="text-align: center;"><div style="text-align: justify; color: rgb(255, 255, 255);">Isso foi uma conversa de loucos no Facebook. Uma quarta pessoa sugeriu que isso fosse postado num blog e assim o fiz. Parabéns a nós autores, Davi Dias, Gilberto Alves e Aline Livre!</div><p style="text-align: justify; color: rgb(255, 204, 102);" class="western">DD: E nessa caminho de dúvidas vou em busca da felicidade sabendo que não vou achar,mas com a certeza de que vou amadurecer o suficiente para olhar no passado e ver as pequenas coisas que me deram o sabor de ser feliz, mesmo que por tão pouco tempo.</p><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify; color: rgb(255, 102, 102);" class="western">AL: Estou em busca dessas pequenas coisas que dão o sabor da *felicidade*(momentos). </p><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="western"><span style="color: rgb(255, 255, 102);">DD: Você já as têm, mas tem os planos e a coisa toda do futuro que não nos deixa ver o que é bom o bastante. Humana. É da nossa natureza buscar mais, desejar mais. E arrepender-se no final.</span><br /></p><p style="text-align: justify; color: rgb(255, 102, 102);" class="western">AL: Buscar mais, desejar mais. E arrepender-se no final. Não buscar, não desejar. E arrepender-se no final. (Natureza Humana). </p><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify; color: rgb(255, 255, 102);" class="western">DD: E eu que não vou ficar velho resmungando. Vou rir das bobagens, aproveitar as futilidades, pegar na mão do meu amigo, usar e abusar da família, amar, fazer amor. Por que depois, a pergunta que nos resta é: O que sobrou? </p><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify; color: rgb(102, 255, 255);" class="western">GA: E quando errar ou tentar perde o sentido? e quando você se sente tão fraco e tão frágil e que as doces futilidades da vida já perderam a graça? Quando já não acreditas no amor ou nas pessoas? Quando o certo não é mais tão certo e o errado não parece ser aquilo que tenta ser? </p><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify; color: rgb(255, 255, 102);" class="western">DD: Dor, dúvida, perdas. Ninguém está imune. Mas há muito o que se fazer neste ponto. Você pode se entregar, adoecer, desacreditar, desacreditar-se. Ou você pode continuar, com a dor que seja. Somos vulneráveis ao sofrimento (e não há loucura em dizer que ele é necessário) mas também temos a cura: esperança, coragem, fé, escolha um. Ou, como disse antes, você pode se entregar e antecipar o arrependimento. </p><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify; color: rgb(102, 255, 255);" class="western">GA: E quando não se há fé? E quando a coragem não é o bastante?! Isso é muito complexo..Mas vou vivendo! </p><br /></div>Giba Junior "Doug"http://www.blogger.com/profile/16116412571763133327noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-695697903391024735.post-36000976070837235232011-06-25T20:57:00.000-07:002011-06-25T21:01:50.592-07:00Estágio para 2012 Parte 2<p class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">Quase uma hora de espera depois, chega o bendito 433 – Brasilit. Começam a subir as pessoas. E não paravam de subir. Uma lata de sardinha tem mais espaço, aliás me lembrava uma lata de atum. Juro que nunca vi um Brasilit parecer um Barro/ Macaxeira. Vejo um amigo que gentilmente segura minha bolsa. Ele e eu conversamos e cedo o meu celular para uma senhora que deseja se comunicar com seus filhos. Tentei várias vezes me comunicar com diversas pessoas e nada. Não é que ela consegui e de primeira?! Mais pessoas sobem no ônibus e me pergunto como. Engarrafamento, muito grande. Demoramos cerca de 30 minutos pra passar do Derby até o Extra da Benfica. A água da do rio havia transbordado e saia pelos boeiros. Mais desespero das pessoas que estavam nas ruas. Mais risadas internas. Aquele definitivamente não era o meu dia. De pé, uma pessoa escuta funk do meu lado obviamente sem o fone. Outra escuta brega, mas brega tipo Sheldon e outra de gosto sexual duvidoso escuta Britney Spears enquanto ri pra mim. Pior é que nem fazer cara feia eu conseguia mais. Por um milagre consigo entrar em contato com alguém (Patrícia Rossiter), e informo o que ela já sabia: Não haveria aula! Meu amigo desce e gentilmente cede o lugar para mim. Sento e começo a escrever esta crônica que vocês leem. Reflito sobre a desgraça e o desespero humano, chego a cogitar e depois rir da possibilidade da Represa ter mesmo rompido, sangrado, explodido ou qualquer coisa. Penso em meus pais, minha irmã, na gata, nos meus amigos e até nos meus alunos os quais se o mundo acabasse realmente, não teriam vivido o suficiente ou pelo menos o que eu vivi. Desço na minha parada e a chuva volta a cair levemente. Paro pra comprar uma coxinha, mas não tinha mais. Sigo então para o meu lar. Ao abrir a porta minha mãe e meu pai. Os dois espojados no sofá. Minha mãe me dá uma bronca e pergunta porque a demora. Respondo a ela se ela soube que o Recife tava acabando e perguntei se ela não sabia. Meu pai gargalha com minha capacidade de trucidar de forma engraçada o medo da minha mãe. Explico a ela que levei quase 2 horas pra fazer um percusso que faço no máximo em 40 minutos. Vou pro computador. Ao entrar no facebook, vi que havia um scrap de uma pessoa especial (hoje ainda mais) que me perguntava se estava bem já que não conseguiu falar comigo. Vi que por mais que o mundo possa parecer injusto, pequenas demonstrações de afeto podem fazer seu dia terrível parecer bom. Lembro de momentos como o CONEUPE do mesmo ano, onde a minha vida de militante estudantil fez sentido com a atitude de alguns estudantes que me acompanhavam. Hoje sinto a mesma coisa. Lembro do texto que diz que tudo fará sentido um dia do filme Beleza Americana. Lembro de relaxar e de não me apegar aos detalhes sórdidos da vida. A vida não é doce mas é bela. E são pessoas, momentos e lembranças boas que tornam a nossa jornada mais graciosa. Penso que se o mundo realmente acabasse, ou se Gilberto acabasse ali, alguém teria se importado. É bom saber que alguém se importa comigo. Melhor é saber disso. Posso não entender o sentido da vida, mas descubro nestes momentos que ele existe, e isso me deixa leve. Não sou perfeito, porém me torno melhor em dias como estes. E só eu sei como isso é bom.<br /></p><p class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><br /></p>Giba Junior "Doug"http://www.blogger.com/profile/16116412571763133327noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-695697903391024735.post-67023675519428856772011-05-23T01:58:00.000-07:002011-05-23T02:00:23.537-07:00Estágio para 2012 Parte 1<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAFhDQxCwvvjLJDwed1mfvAt_5ADMExI3OZeYvw2mAsEknWcYLEUrH1OZ_eRC97F0aOXgFCgm91cxXk9i94hOcZiZfG33kW0xu9NDN1yeaYJr8DyU3TLSJ_8luYrdBvZlXL3YClVCKtoM/s1600/alagamento-avenida-caxanga02.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAFhDQxCwvvjLJDwed1mfvAt_5ADMExI3OZeYvw2mAsEknWcYLEUrH1OZ_eRC97F0aOXgFCgm91cxXk9i94hOcZiZfG33kW0xu9NDN1yeaYJr8DyU3TLSJ_8luYrdBvZlXL3YClVCKtoM/s320/alagamento-avenida-caxanga02.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5609833726009243778" border="0" /></a><span style="font-family: arial;font-size:100%;" ><br /></span><span style="font-family: arial;"> </span><p class="western" style="margin-bottom: 0cm; font-family: arial;"><span style="font-size:100%;">05 de maio de 2011. Como esquecer este dia?! Para mim, ele havia começado até bem. Tinha dormido 9 horas seguidas, e se hoje durmo mais do que 6 horas, eu chego a soltar fogos. Enfim, levanto, vou no computador. Olho minhas redes sociais, checo meu e-mail, tudo com a mesma calma e lerdeza que o sono me provoca quando acordo. Saio do meu quarto e vou ao banheiro. Definitivamente devo parar de comer besteiras. Estas não gostam muito das paredes do meu estômago. Reflito no vaso. Esboço um sorriso, mas penso até em chorar. Termino meu servicinho e vou tomar meu banho. Como esquecer da água que estava mais gelada que a do bebedouro no máximo? Sorri pela primeira vez naquele dia da minha própria desgraça. Visto me, tomo café, engulo alguns pães, pego meus pertences e saio 5minutos em atraso. Porra...Esqueci meu guarda-chuva. Abre tudo de novo, entro e pego. Enquanto estou fechando a porta, sinto uma pequena coceira debaixo do braço. Quando olho era uma pequena formiga. Bato e retiro ela do meu braço não antes de ser picado. Continuo a fechar a porta e sinto novamente a coceira. Olho para minha blusa e uma, duas, três, incontáveis formigas. Pânico. Tento me livrar da minha camisa enquanto abro a porta. Olho de onde vem o formigueiro. Havia alimentado as formigas com o resto do meu biscoito na bolsa que levo lanches para escola onde trabalho. Troco de roupa e de mochila. Meu rapidamente durou 5 minutos, que agora eram de atraso. Chuva. Muita chuva. O guarda-chuva não adiantava muito. Pedro mandava chuva. Gotas do tipo elefante. Caminho para a BR 101. Água nos pés, felizmente fui de sandália. Uma rua do percusso havia alagado. Pés na água. Chego na BR. Olho para um lado e para o outro. Vejo minha parada do outro lado da margem. Sim..Falei margem. A BR tinha virado um rio. Dou meia volta. Não sei se quero nadar. Faço um balão para atravessar pela passarela do hospital das clínicas. Vejo meu busão passar de lá de cima. Mais 5 minutos, já totalizando 15 de atraso. Chego finalmente a parada e mais 15 minutos esperando um novo Barro/Macaxeira passar. Pra piorar, debaixo de chuva forte e tentando desviar dos banhos que os carros tentavam dar com as poças de água na pista. Chegou o ônibus. Dentro com janelas fechadas um calor infernal, o carro transpira. Para piorar pessoas com a feição fechada e nenhum cheiro de leite de rosas pelo menos. Parece que cheirar bem faz mal! Troca de coletivo no Terminal de Integração da Macaxeira. Empurrões. Subo noutro mais vazio e menos fedorento desta vez. Milagrosamente chego no colégio a tempo. Só tive que me organizar nas carreiras. Pega caderneta, coloca tênis e vai pra sala. Aulas. Uma turma desinteressada, outra super agitada. Pelo menos o terceiro ano tava quietinho. Chamada. Um nome que não queria ouvir. Mas nada poderia piorar meu dia, assim pensava. Engano meu. O dia só havia começado. Volta pra casa. Mais chuva, mais ônibus lotado. Mais empurrão. Em casa meu pai abre a porta com uma notícia. Pague tal conta. Com seu dinheiro. Detalhe, é que meu dinheiro já tinha ido pro saco. Peço emprestado a ele. Pago depois. Liso e agora devendo. Almoço e vou dar aula particular de inglês. Mais chuva e mais busão. Boatos sobre não haver aula na faculdade são me ditos e depois desmentidos de minuto em minuto. Começo minha aula. Tudo vai bem. Aluno focado. O telefone no silencioso no meu bolso vibra o tempo todo, porém consigo me concentrar. De repente, na metade da aula um cara engravatado e de paletó interrompe a aula e com ar de desespero diz que Tapacurá tá sangrando que ele estava liberado e tinha que ir pra conseguir chegar em casa. Meu aluno, como bom paulista me pergunta: - O que danado é Tapacurá? . Respondo da seguinte forma: - Recife é abaixo do nível do mar, e Tapacurá é uma represa que realmente estourar estaremos boiando em alguns minutos. Começo a organizar minha bolsa e quando olho novamente o aluno ele já está vestido com o paletó, coisas debaixo do braço e com a chave do carro na mão. Sorrio e me despeço. Vou andando calmamente do Hospital Português até o Derby. Chegando lá me lembrei do galo da madrugada. Tudo cheio. Ninguém respeitava sinal. Pessoas desesperadas. Crentes pregavam, católicos rezavam, “ateus” se convertiam e ateus diziam fudeu.</span></p>Giba Junior "Doug"http://www.blogger.com/profile/16116412571763133327noreply@blogger.com1