31 agosto, 2008

Música da semana: Fake Plastic Trees (Trad.)


Fake Plastic Trees (Árvores Falsas de Plástico)


Seu regador verde de plástico
para sua imitação chinesa de planta feita de borracha
na terra artificial de plástico
que ela comprou de um homem de borracha
em uma cidade cheia de planos de borracha
para se livrar de si mesma

Isto a desgasta, Isto a desgasta
Isto a desgasta, Isto a desgasta

Ela mora com um homem quebrado
um homem de polistireno rachado
que só se esfarela e se queima
Ele costumava fazer cirurgia
para garotas nos anos oitenta
mas a gravidade sempre vence

Isto o desgasta, Isto o desgasta
Isto o desgasta, Isto o desgasta

Ela parece verdadeira
Ela tem sabor verdadeiro
Meu amor artificial de plástico
Mas não posso evitar o sentimento
Eu poderia explodir através do teto
se eu simplesmente me virar e correr

E Isto me desgasta, E Isto me desgasta
E Isto me desgasta, e Isto me desgasta

Se eu pudesse ser quem você queria
o tempo todo
O tempo todo

Radiohead- Fake Plastic Trees

Escolhi esta música por casa do texto abaixo...
Para os que amam banalmente : Meu amor artificial de plástico...
hasushaushaushaushaushauhsua Brincadeira.

O que é Amor? Caros leitores...


Alguns leitores de minhas crônicas vieram “criticar”-me quanto à forma de como eu vejo o amor. Adoro os meus críticos. Sério mesmo. Estava conversando via MSN com Suelen, uma leitora e por que não crítica. Eu perguntei o que ela tinha achado dos ups meu blog, e ela disse que adorou uma das minhas crônicas (a de religião). Então perguntei do que ela achava do texto homo andróides. Ela disse que tinha uma opinião diferente do que é o amor (que por sinal é onde Breno também discordou de mim). Ela disse que o amor não era imortal. Retruquei dizendo que não achava o amor imortal e sim eterno. Ela disse que poderia se amar mais de uma pessoa e concordei com ela neste ponto. Ela disse também que você pode se apaixonar por quem você quiser. E que o amor pode acabar. Eu disse, mas se acabar não é amor. E onde chegamos... A outra dúvida. Ela disse que o amor existe, mas que podia acabar e apenas falei o amor não existe ele surge. A idéia de Homo Andróides era inicialmente criticar a banalização do amor que não é mais verdadeiro como o amor de outrora. Ela não tinha parado ainda pra pensar no amor como uma criação humana. Eu sempre vi o amor como uma criação. O amor é um ideal de nossa sociedade que é “sexualista”. Mas o que é o amor­­­? Ele existe? Ele surge? É um ideal? É uma farsa? De fato eu não sei o que é o amor. Ninguém sabe. Apenas fingimos saber, ou o contemplamos. Uma frase me deixa fascinado quanto ao amor: “Existe alguma coisa mais parecida com o Amor, do que a Morte?” que foi proferida numa minissérie de sucesso chamada “A presença de Anita”. O amor é um mistério, mesmo pra quem ama ou diz amar. O mais complexo dos sentimentos, talvez seja mais uma das criações humanas.Tantas vezes foi tentada uma descrição para esse sentimento. Mas por que foi criado, não quer dizer que ele não exista. Pelo menos na minha forma de pensar, o amor é uma “criação” eterna, que surge e é um ideal, numa sociedade (como eu tenho raiva desta) que finge amar visto que, nem todos amam de verdade apenas banalizam o “eu te amo” por que parece belo (logo o amor também pode ser uma farsa). No mais amem de verdade.


P.S: Grato não só aos críticos e mas aos que lêem e concordam como o caso da Gabriela (não conheço-a), do Júlio, da Pati, da Aline, do Yan entre tantos outros.


Gilberto Junior

22 agosto, 2008

Música da Semana: Deslizes.

Não sei porquê
Insisto tanto em te querer
Se você sempre faz de mim
O que bem quer
Se ao teu lado
Sei tão pouco de você
É pelos outros que eu sei
Quem você é...

Eu sei de tudo
Com quem andas, aonde vais
Mas eu disfarço o meu ciúme
Mesmo assim
Pois aprendi
Que o meu silêncio vale mais
E desse jeito eu vou trazer
Você pra mim...

E como prêmio
Eu recebo o teu abraço
Subornando o meu desejo
Tão antigo
E fecho os olhos
Para todos os teus passos
Me enganando
Só assim somos amigos...

Por quantas vezes
Me dá raiva de querer
Em concordar com tudo
Que você me faz
Já fiz de tudo
Prá tentar te esquecer
Falta coragem prá dizer
Que nunca mais...

Nós somos cúmplices
Nós dois somos culpados
No mesmo instante
Em que teu corpo toca o meu
Já não existe
Nem o certo, nem errado
Só o amor que por encanto
Aconteceu...

E é só assim
Que eu perdôo
Os teus deslizes
E é assim o nosso
Jeito de viver
E em outros braços
Tu resolves tuas crises
Em outras bocas
Não consigo te esquecer
Te esquecer...

Lá, lará lará, lá lará lará...
Lá lará lará....

Fagner - Deslizes.

Para escutar clicar no título.

O Pedinte. ** Homo Androídes II **


Bem, Essa semana foi bem interessante... Estava como sempre pensativo, e viajando em umas “paradas” (não uso drogas). Voltando da cansativa aula de inglês para meus “queridos” alunos, resolvi abrir um presente que ganhei de uma doce menina na terceira série. Era um chaveiro em formato de coração o qual tinha escrito a palavra LOVE. Detalhe de pelúcia. Admirei o presente por alguns segundos e o guardei com a mesma frieza que tive ao receber. Dei um abraço quase que seco na menina com um sorriso tímido e ficando todo errado com aquela situação completamente nova para mim. Era véspera de meu aniversário. Os alunos via Orkut e através de um comentário feito na minha primeira semana de aula, lembraram desta data simbólica. Cantaram parabéns me deram abraços coletivos e me parabenizaram. Isso me deixou feliz, mas não deixei essa felicidade aflorar, ainda tinha que dar aula, embora tenha sido legal tal recepção. Voltando para casa, adentra um pedinte no coletivo. Fato comum, mas pra mim me fez pensar mais do que na aula de Anahy. Ele deixou um bilhetinho na mão de cada um dos passageiros que dizia aquelas “lorotas” do tipo, eu não assalto, estou pedindo por que minha mãe está desempregada, e meu pai morreu etc. Enfiei a mão no bolso, tive pena ao ler o papel. Na verdade não pena, mas geralmente ajudo pessoas nesta situação. Peguei o troco da passagem adicionado a uns centavos. Quando olhei pra cara do pedinte soltei as moedas. Ele já tinha barba, tinha condições perfeitas para trabalhar. A mãe dele já devia ter mais de 60 visto que ele já tinha mais que 30 e tantos. Pensei comigo, ele pode trabalhar perfeitamente. Ninguém o ajudou e ele desceu do ônibus com a mesma cara que subiu. Depois pensei ninguém o ajudou. Esses centavos poderiam ajudar, ou talvez ele compraria cana ou drogas. Um “anjinho” falava que eu devia ajudar, o “diabinho” me parabenizou. Voltei a pensar no chaveiro até que reparei com um contador de homicídios no estado. Veio-me a cabeça aquele cara. Já que ele não conseguiu pedindo poderia começar a roubar e até matar um pai de família para conseguir o que ansiava, Dinheiro. Pensei no meu pai que poderia ser uma suposta vítima e tive remorso. Como se a culpa fosse minha do rapaz está ali (mas a culpa é em parte minha), e se pudesse voltava o tempo e dava o trocado, mesmo sem saber se num futuro ele ia comprar cana ou ajudar a família. Não importava mais. Só pensava naqueles números do contador, que banalizam a morte. Que a deixam comum. E que nos tornam cada vez mais animais. Ou melhor, cada vez mais robôs, pois animais não se matam banalmente. E animais não têm raciocínio lógico. Se bem que cada vez menos acredito que os homens também possuam isso. O que somos? O que seremos?. Sem resposta. Essa foi uma viagem “filosófica” do dia 19, véspera do meu aniversário.

Pensei em colocar Homo Andróides II, mas preferi colocar O pedinte.

Espero que gostem. Essa semana tem mais.

16 agosto, 2008

Música da semana: Jigsaw falling into Place (trad)


O quebra-cabeça se encaixa

Assim que você pega na minha mão
Assim que você anota o meu número
Assim que as bebidas chegam
Assim que eles tocam sua música favorita
E a conversa perde a graça
E você para de falar que nem uma matraca
Antes de você se cansar
Volta e se concentra
As paredes se derretem
E o seu sorriso do gato de alice
Desfoca tudo ao seu redor
Você tem uma missão aqui
Antes da coruja piar
Antes do animal gritar
Pras câmeras de segurança
Antes do coma alcóolico

Antes de você fugir de mim
Antes de você se perder no barulho
A batida não para, não para
A batida não para, não para
Na verdade eu nunca consegui
Sempre fingi que consegui
Quem precisa de instrumentos?
Palavras são balas perdidas
Vem e deixa rolar
Vem e deixa rolar
Vem e deixa rolar
Vem e deixa rolar
Antes de você fugir de mim
Antes de você se perder no barulho
E pegar o microfone
E sair dançando, dançando, dançando...

Os quebra-cabeças se encaixam
E não há nada pra explicar
Vocês se olham quando se cruzam
Ela olha pra trás, você olha pra trás
E não só uma vez
E não só duas vezes
Faça o pesadelo sumir
Faça o pesadelo sumir
Há uma luz escondida em você
Há uma luz escondida em você
E os quebra-cabeças se encaixam

Radiohead- Jigsaw Falling into Place - Cd: In Rainbows.

Para ouvir a música clicar no título...

“Homo Andróides”


Tenho andado desacreditado na felicidade, que por incrível que pareça, talvez não dependa só de mim para possuí-la. Assistindo ontem um comercial talvez genial da Jonhnie Walker do robô que queria ter sentimentos, que apesar de ser imortal, não via graça em sua vida, pois não podia amar, e que para nós simples mortais, poderemos alcançar essa imortalidade basta fazer uma coisa notável. Andando meio pra baixo, me senti na pele deste pobre robô. Não que eu não tenha sentimentos, tenho. Não que eu também não ame, mas não amo como as pessoas amam. Sim, pois pra mim o amor está banalizado. Esse robô quer ser humano enquanto nós queremos ser este robô, fazendo coisas notáveis, buscando sucesso, fama e dinheiro na tentativa de entrar de alguma forma na história. Infelizmente esquecemos o que o robô tanto quer: Amar. Tudo é banal. O egocentrismo humano acabará este sentimento belo que existia. As relações de afeto entre humanos torna simples a utilização do “eu te amo” quando não há nada mais do que um desejo de satisfação sexual e/ou de necessidade de ambas as partes. Este amor que como diria Jabor “dura umas três capas de “Caras”. Tudo tão seco, tão frio. Minha frieza é reflexo desta sociedade. Não quero dizer “eu te amo” para qualquer uma. Acho isto imundo, insano e até medíocre. Quero hesitar muitas e muitas vezes e dizer apenas um “te adoro”. Tenho uma idéia de que amor é eterno. Não acaba. Não dura três revistas. E até as mulheres, seres que considero místicos e até superiores ao homem, se entregam a essa falsa emoção, a esse falso amor, para depois fingirem que estão desconsoladas e se tornando o que chamo de “Homens Sem Membros”, vivendo sem amor em torno apenas do sexo. Tudo tão claro. Elas que deveriam ser inatingíveis, musas inspiradoras de “eus”-poéticos, amando e sendo amadas se tornam o que nós homens chamamos de “piriguetes”. O pior disto tudo é que elas acham isso natural. Que estão no século XXI, e que homens e mulheres têm direitos iguais. Puff... Acabam com a própria magia, o encanto só delas e culpam o avanço desta sociedade, altamente hipócrita. Fingem acreditar no amor até darem um pé na bunda ou levarem um. O Amor egocêntrico, esse Narcisismo exacerbado que nos levará a nada. Ontem durante minha reflexão diária noturna pensei comigo mesmo: se você tivesse um pedido para fazer a um gênio da lâmpada, o que pediria? Pensei muito. Possíveis respostas apareceram rapidamente como dinheiro, fama, sucesso, mulheres... Tudo que parece trazer felicidade. Mas isso não me traria a felicidade por completo... Mas afinal o que é felicidade? Para muitos é tão fácil conseguir - lá mesmo sem dinheiro e status, outros possuem grana e fama embora não sejam felizes. Voltando a minha primeira pergunta o pedido, o que queria era ser normal, neste mundo louco e fingido, nesta eterna ficção, neste faz de conta magnífico de uma sociedade futurista sem futuro nenhum. Queria apenas racionalizar menos, “amar” mais, não o Amor que existia outrora, mas este “amor” banal tipo século XXI. Queria deixar emoções me levarem e ser menos “robô” e mais “Humano”. O que somos? “Homo Andróides”.