17 agosto, 2009

Auschwitz...


Oswieçim, que é Auschwitz em Polonês, é o nome da Cidade onde estão localizados os campos de concentração (que infelizmente não são campos de concentração e sim de extermínio). Chegamos ao museu. Você não paga nada para entrar. Ao ler as placas na entrada explicando o que era Auschwitz, SS e os “habitantes” do local, você já começa a ficar chocado. Entramos no museu (que é o próprio campo de concentração). Seu humor já modifica naturalmente o que é perceptível nas fotos que tirei lá. Cada atrocidade comentada nas placas explicativas em cada local. Você imagina o sofrimento das pessoas. Logo na entrada se via uma casa onde a SS instalava um palco com atrações músicais para reunir os judeus e ficar mais fácil a contagem. Eram selecionados ali apenas os homens mais fortes que represntavam apenas 20% dos judeus para o trabalho forçado. O que restava do montante seguia direto para o banho de desinfectação (cãmara de gás) onde tinham seus pertences recolhidos, e suas cabeças raspadas. Entravam na câmara de gás (a qual eu tive “coragem” e entrei) morriam ali sem poder nada fazer. Após mortos tinham anéis e dentes de ouro arrancados e isso virava tesouro para o FDP do terceiro Reich. Dentro da mesma câmara seguiam para uma sala onde os corpos eram cremados. Tudo com a mais perfeita organização e naturalidade o que me deixou ainda mais chocados. Depois de cremados o pó dos corpos assim como alguns ossos que ainda sobravam (pois o processo tinha que ser rápido, pois chegava com uma rapidez inacreditável outra leva de judeus para serem exterminados) eram levados para cemitérios fantasmas em cidades próximas na Polônia. Tudo isso me já havia me chocado. Depois que saímos da câmara de gás o silêncio que já reinava se fazia absoluto. Achamos que nossa visita havia encerrado quando nos deparamos com outras salas (antigos dormitórios) estavam abertos. Cada prédio deste, tinha um tema como exilados de cada país, guerra na Polônia, condições de vida dos judeus, histórias dos judeus, torturas, provas do extermínio entre outras. Tudo com fotos e detalhado. Tudo explicado por escrito em inglês e polônes e hebraíco. O que mais me chocou além da camara de gás foram as salas da prova do extermínio, da tortura e da guerra na Polônia. Na primeira supracitada, havia fotos, fichas, malas, roupas, sapatos, panelas, óculos e outros bens dos judeus. Isso por si só já choca, quem dirá na última sala deste prédio onde simplesmente encontrei parte do cabelo que foi raspado da galera. Um misto de horror com náuseas me expulsou daquela sala. Na sala da tortura tinha fotos e quadros detalhando a vida dos que lá aguardavam pela execução, que tinha fotos de pessoas desnutridas por fome, relatos de humilhação (como transar com vacas, serem banhados de água gelada e saírem durante o rigoroso inverno, exposição dos corpos de pessoas que tentavam fugir entre tantas) e do trabalho forçado que eles faziam. E mais uma vez isso não é o que mais choca. Tem fotos das atrocidades cometidas por médicos nazistas como por exemplo trocar os olhos de pessoas, trocar o cérebro, e até ossos que não matavam as pessoas mas as deixavam aleijadas para toda a vida(ou o resto de vida que ainda os pertencia). E na parte do museu que relatava a guerra na Polônia mostra os massacres contra o povo que nada tinha haver com a germanização imposta por Hitler e eram exterminados com fuzilamento, mortes por fome e doenças. Nesta sala tinha ainda frases ditas pelo grande FDP dizendo que o alemão que tivesse pena (fosse simplesmente humano) seria condenado a ser tratado como um polônes. No corredor de saída vi os uniformes dos “condenados” a morte pendirados por linhas e por estruturas de ferro dentro do próprio uniforme o que aparentava que eles estivessem marchando para a morte. E o pior é que em todos as salas e em todos os prédios tem fotos de todos os condenados a morte pelo fürher. Saí já chocado do museu Auschwitz. Entrei no carro e vimos pessoas se informando sobre Birkenau. Birkenau é um segundo campo de concentração afastado da cidade 4 kms. Ele é infinitamente maior e infinamente pior do que Auschwitz. As pessoas após descerem do trêm já eram selecionadas e levadas para o banho da morte. As condições de vida ainda eram piores pois ao invés de prédios as pessoas viviam em cabanas de madeira alojadas em pequenos armários de tijolos com 1 metro de altura, 1,8 m de comprimento e 2 de largura. Um espaço que considero mínimo para uma pessoa era utilizado para no mínimo 4 pessoas e que eu apenas entrei mas não consegui resisti ao forte odor que tinha no local. Além do odor as condições de higiene eram mínimas ou não existiam. Os banheiros eram pequenos buracos alojados no cimento onde milhares de pessoas utilizavam. Os armários onde as pessoas dormiam eram de palha, onde a ploriferação de ratos e baratas era absurda. Tirei algumas fotos e sai rapidamente do local sem não antes pensar nos judeus que ali viveram, sofreram e morreram.


Penso agora quanto vale uma vida humana, e se somos realmente humanos. Penso que nunca mais serei o mesmo após ver do que o homem é capaz, e me pergunto onde vamos parar. Reflitamos!


Gilberto Junior

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