13 agosto, 2014

Sobre a morte de Eduardo Campos.

Onde ficou a humanidade do ser humano?

Hoje uma notícia nos atacou literalmente e nos pegou desprevenidos. Obviamente, no dia 13 de agosto de 14, estou me referindo a morte de Eduardo Campos, ex-governador do Estado de Pernambuco e postulante a presidente da República Federativa nas eleições que ocorrerão em outubro do corrente ano. Apesar de minha divergência política com o pseudo-socialismo criado pelo grande estadista que “imperou” no meu Pernambuco, fiquei estarrecido e perplexo de uma forma triste com a notícia e mais ainda com a repercussão.

Disso tudo me chamou atenção o comportamento asqueroso e nada humano de usuários de redes sociais que pertencem ou pertenciam ao meu convívio. Sempre me deleitei e concordei quase que piamente na frase “A ignorância é uma benção.”. Digo hoje que a ignorância não é mais uma benção e sim a sensatez. Se há algo que pode ser bom, e etimologicamente diferente da ignorância, é a ingenuidade, coisa que não é presente nas pessoas e nas postagens que eu vi. Teorias da conspiração completamente ainda sem fundamentos (visto que a caixa preta fora encontrada muitas horas depois e não na hora do acidente) foram criadas e disseminadas.  Por vezes também vi um ódio mortal a ainda representante legal do nosso povo a presidente (não curto o termo presidenta, nem estudante) em frases que desejariam a presença dela em substituição ao ex-governador. Em outras postagens ainda mais ignóbeis, vi piadas jocosas e desrespeitosas sobre o candidato supracitado.

O humanismo vai além de convicções religiosas, sociais e políticas. Talvez as pessoas devessem e tão somente respeitassem a dor dos familiares e correligionários. Eu era um opositor ferrenho e continuo a discordar da sua forma marqueteira de construção política. Basta ter o mínimo de contato com teorias políticas (neste caso esquerdistas) para entender que candidatos socialistas que defendem de forma agressiva os interesses do capital são no mínimo sem sentido. Sei também do caráter rígido nas imposições de sua política por ter contato com pessoas que trabalham em instituições públicas, mas sem jamais esquecer da contribuição estrutural que o governador ofereceu (mesmo que quase sempre maquiada do tipo tem prédio mas não funcionário).

Não vou me alongar em criticar os erros ou as discrepâncias políticas dele. Acho que ainda sim, e vista a devida repercussão, o Brasil perde inegavelmente uma de suas maiores lideranças políticas e uma jovem esperança para quem acreditava em uma alternativa à polarização política criada nos últimos 20 anos por PSDB e PT. Não votaria nele, embora tenha uma inclinação política de esquerda. Meu voto desse ano morreu com Plínio de Arruda. Só não morreu minha esperança em um Brasil melhor, mais justo, mais educado e mais humano. Pois mesmo não sendo fã de Dudu (nem de nenhum dos postulantes a presidência e nem ao governo do Estado), compartilho do pensamento de que ele proferiu ontem vivo no Jornal Nacional do canal de imprensa mais forte do país (aproveito e parabenizo em especial ao enviado da emissora ao local do acidente que fez o papel de imprensa imparcial ao retirar o microfone de um suposto socorrista que fez campanha gratuita em favor do ex-presidenciável). Disse ele ontem que “Não vamos desistir do Brasil.”. E eu, não vou desistir dos brasileiros, mesmo que ainda despreze a atitude de alguns.

Descanse em paz Eduardo Campos e todos os outros envolvidos no acidente aéreo.

11 agosto, 2014

"Para de me encarar!"

Levantou-se. Precisando ir ao banheiro. E lá estavam num desses restaurantes do tipo fast-food. E foi rápido. Não queria a distância. Nem por um segundo. Nem por um milésimo. Na saída do banheiro viu inúmeras mulheres. Algumas belas, na sua maioria eram loiras, dessas de farmácia. Todas tão iguais, tão vestidas, e tão vazias. Não saberia dizer se realmente eram vazias. Ele simplesmente as ignorou e continuou seu caminho enquanto a observava comer. Ninguém come esses tipos de comida de forma graciosa. Mas para ele, ela conseguia, e o fazia... parecia brincar com as batatas fritas e o ketchup. Sentada, com as pernas cruzadas, balançando um pouco as sapatilhas amarelas. E chegou... e sentou. E a contemplou. Pensava em adjetivos. Um adjetivo pra ela, e um adjetivo para a sensação que ele sentia. E pensou... Ela comentou que um cara que sentava atrás dela na mesa falara outra língua. Isso o ajudou a pensar em outros adjetivos. Agora em outras línguas... Nenhum se aplicava. Poderia ser déranger (atrapalhar,perturbar), no entanto era verbo. Poderia ser Fulfillment (preenchimento), porém era substantivo. E pensou que ela por si só era um adjetivo... Ela então graciosamente pediu: “Para de me encarar!”  que foi respondido com um “Estou te admirando...”... Ele só queria dizer que ela estava tão ela... ela virara um adjetivo.

11 abril, 2014

And find another you...


E como dizia a canção
Fui tentar inutilmente
encontrar outra você
mas não achei
E olhe que vaguei
Com a mera intenção
de preencher
E por vezes
Percebi que existia vida
além de nós
E essas vidas
eram mais belas
mais doces
mais afáveis...
E que não seja
tarde demais
pra provar que sou capaz
de encontrar outra você
Mas como na canção
virou apenas um propósito
achar-te em outrem
Você era e é...
Singular.