11 dezembro, 2009

Revivendo o passado


Sentia-me meio pra baixo aquele dia. Despreocupado, imensamente ansioso, uma mistura de triste e feliz. De alguma forma sentia me pensativo ao extremo. Passavam filmes e músicas na minha cabeça antes de dormir. Ainda conseguia dormir. A ansiedade pegava a todos lá em casa. Mesmo assim, eu e Ecila ainda conseguíamos dormir. Meu pai me paparicava e ao mesmo tempo me botava uma pressão ímpar sobre as coisas que ainda me restavam fazer antes de viajar. Minha mãe não conseguia raciocinar direito, adiava os problemas e já não dormia mais. Minha irmã ainda conseguia dormir, mas de alguma forma ela havia mudado da água para o vinho com a minha pessoa. Abraçava-me, o que pode parecer tão simples, porém vindo de Ecila é surpreendente. Naquele dia pela primeira vez conversamos racionalmente falando. Bons papos metafísicos, falávamos de religião, e vi que pensávamos parecido quanto a este assunto. Buscava explicá-la coisas que eram muito obscuras para ela. Ela até pediu pra dançar com ela enquanto meus pais bebiam em uma festa de São João que fui forçado a ir como amigo da vez, e recusei o convite para a dança como uma espécie de vingança, pelas outras vezes que havia a tirado para dançar. Meu pai me “babava” de uma forma que dava até nos nervos. Eu o entendia, mas já estava agoniado com o tratamento. Os fogos que soltavam, tinham luzes e sons maravilhosos, mas que pra mim naquele momento não passavam de irritantes. Fiquei tocando violão e animando a festa mesmo não estando tão animado.. fazia por que aquilo me evadia. Voltamos juntos para casa num dia “feliz”. Faltavam 5 dias para minha viagem.

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